A área semeada de cereais de inverno é a menor dos últimos cem anos. Segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) verifica-se uma redução em relação à campanha anterior de 10 por cento no trigo mole e cinco por cento nos restantes cereais praganosos. A meio do mês de março a taxa de aprovisionamento de trigo era de 6,3 por cento e a de milho de 23,7 por cento.
O prolongado período seca e a baixa taxa de água no solo, coincidentes com a altura normal para a instalação destas culturas serão as causas que justificam a reduzida ocupação de terrenos com cereais. Até há poucos dias a persistência das condições climatéricas adversas, com precipitação insignificante, levou a um “desenvolvimento vegetativo residual ou nulo das pastagens e das forrageiras anuais”, diz o INE no seu boletim agrícola mais recente.
Este cenário impediu que os efetivos pecuários explorados em regime extensivo fossem alimentados pelo pastoreio, tendo os produtores de recorrer a palhas, fenos e silagens armazenados, “em quantidades muito superiores a igual período do ano anterior e ao normal para a época do ano, com impactos negativos, imediatos ou diferidos, no setor agropecuário”.
Nas previsões agrícolas divulgadas no início de março, o INE apontava para uma campanha de inverno “muito condicionada pelos efeitos negativos da seca meteorológica” que, na altura […]