40% dos europeus têm falta de vitamina D, mas este não é um problema que afeta só a Europa. É um problema global, o que levou os cientistas a desenvolverem um tomate fortificado com vitamina D utilizando as novas técnicas genómicas (NTG).
O Acordo Verde da União Europeia visa aumentar a sustentabilidade dos sistemas agro-alimentares e de saúde pública da UE. A segurança alimentar e nutricional é da maior importância para assegurar a sustentabilidade social em conformidade com o ambiente e a economia. O melhoramento vegetal está na base dos nossos sistemas agro-alimentares e é o único responsável por 66% dos ganhos de produção durante as duas últimas décadas. Os avanços científicos e tecnológicos que permitem um melhoramento vegetal mais rápido, mais preciso e mais eficiente devem ser aproveitados para manter a segurança alimentar e nutricional e melhorar a saúde pública.
O tomate está entre as culturas vegetais mais produzidas no mundo, com uma produção global que ronda, atualmente, os 180 milhões de toneladas em 5 milhões de hectares. Os principais produtores são a China, a Índia, a Turquia e os EUA. Na Europa, a Itália e a Espanha são os principais produtores e estão entre os dez maiores produtores a nível mundial.
Deficiência de vitamina D: um problema de saúde global
A deficiência de vitamina D está associada a múltiplos riscos para a saúde, incluindo cancro, doenças cardiovasculares e depressão. A absorção de vitamina D ocorre através da exposição da pele à luz solar ou de fontes dietéticas. Cerca de 40% dos europeus têm deficiência de vitamina D e até 13% são gravemente deficitários.
Tomate fortificado com vitamina D
Como a maioria das frutas e legumes, o tomate contém baixas concentrações de vitamina D. Utilizando a mutagénese dirigida, os investigadores desenvolveram um tomate que acumula provitamina D (o precursor da vitamina D) no fruto e nas folhas. O tomate fortificado com vitamina D pode fornecer uma nova fonte alimentar de vitamina D, enquanto que as folhas podem ser utilizadas para criar suplementos de vitamina D.
A obtenção de um tomate semelhante utilizando a mutagénese convencional e o melhoramento clássico exigiria muitos anos e vastos recursos. As novas técnicas genómicas oferecem um resultado muito mais rápido e previsível, usam menos recursos e podem satisfazer as necessidades da sociedade.
Impactos esperados
Espera-se que o consumo de um tomate fortificado com vitamina D forneça cerca de 30% da dose diária recomendada. As folhas do tomateiro podem ser utilizadas para extrair vitamina D para suplementos, proporcionando assim uma fonte adicional de rendimento para os agricultores.
Como é que as NTG estão a ser reguladas a nível mundial?
Ao regulamentar as novas técnicas genómicas como OGM (Organismos Geneticamente Modificados), a União Europeia está a dificultar a sua contribuição para o Acordo Verde e para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Uma vez que muitos países fora da UE estão a adoptar estas tecnologias, a UE está a ficar para trás.
Fonte: Plants For The Future.
O artigo foi publicado originalmente em CiB - Centro de Informação de Biotecnologia.