O novo dirigente da Unileite – União das Cooperativas Agrícolas de Laticínios da Ilha de São Miguel sublinhou esta sexta feira, na cerimónia de tomada de posse, a importância de adotar “medidas pioneiras” para o desenvolvimento do setor.
Pedro Tavares tomou posse esta sexta feira como presidente da Unileite – União das Cooperativas Agrícolas de Laticínios da Ilha de São Miguel, numa cerimónia que teve lugar na sede da cooperativa, na freguesia dos Arrifes, em Ponta Delgada, e apelou ao contributo de todos na “defesa e introdução de medidas pioneiras para melhorar o desenvolvimento económico da Unileite e dos seus produtores”.
O dirigente empossado distinguiu a Unileite como o “patamar mais elevado do movimento cooperativo”, apontando a “matriz” da organização, que “são os princípios e os valores de cooperativismo, assentes no espírito de cooperação e de solidariedade”.
Gil Jorge, presidente cessante que liderou a união de cooperativas durante 15 anos, disse sair com a “sensação de época cumprida, meta atingida” e lembrou que, quando criou a união, o setor estava “na estaca zero, não havia nada feito”.
À nova direção desejou “muito boa sorte”, ressalvando que “os tempos não são fáceis, o fim das quotas veio tremer com tudo isto”.
O secretário Regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, que esteve presente na cerimónia, destacou a nova fase que se inicia com a nova direção como um “tempo de união, temo de parceria, tempo de trabalhar em cooperação pelo desenvolvimento, pelo crescimento e pelo fortalecimento do setor leiteiro na ilha de São Miguel”.
Sobre a indústria, ressalvou a importância da aposta estratégica do executivo socialista, bem como do CALL (Centro Açoriano de Leite e Laticínios), que reúne representantes da indústria com o Governo, para garantir a sustentabilidade do setor.
O trabalho desenvolvido pelo CALL “irá produzir documentos essenciais para a indústria (…), para que a indústria possa aproveitar e possa valorizar melhor aquilo que a produção sabe fazer, e bem, que é produzir com qualidade”, afirmou o responsável pela tutela.
A qualidade, a inovação e os novos mercados, “marcados pela grande concorrência e pelo esmagamento dos preços por parte da distribuição”, são os desafios apontados pelo Secretário Regional, que considera essencial a valorização dos produtos transformados, porque “só assim se consegue a sustentabilidade da cadeia”.
“É fundamental garantirmos a sustentabilidade dos produtores e das indústrias. Se uma das partes não for sustentável, não é possível manter a sustentabilidade deste setor, daí que uma grande aposta tem que ser neste domínio”, afirmou o governante.
João Ponte mostrou a disponibilidade do executivo para continuar a trabalhar com a União de Cooperativas Agrícolas de São Miguel.
Na cerimónia marcou, também, presença o presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, o social-democrata José Manuel Bolieiro, que destacou que, na fileira do leite, existe, “face à reduzida dimensão territorial, uma dimensão e projeção nacional muito significativa na produção nacional”.
“Nesta área, e em particular na produção de leite, nós somos uma referência para o país e para a Europa de que a distância e a pequenez não foi, por força da inteligência e da excelência da capacidade produtiva e organizativa, diminutiva”, considerou o autarca.
A Unileite conta com 285 colaboradores e 670 produtores de leite, recolhendo quase 50% do leite produzido em São Miguel.