Com as alterações climáticas a acontecerem a um ritmo muito mais rápido do que a ação política e económica esperada para travá-las, a palavra de ordem é cada vez mais: adaptação. Por isso, “ou nos preparamos hoje para as alterações climáticas, ou pagaremos um preço devastador amanhã”. As palavras são do Comissário Europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, que também alertou: “Nenhum país está imune às alterações climáticas. E nenhum as pode enfrentar sozinho”.
Christos Stylianides falava na abertura da Conferência Europeia de Adaptação às Alterações Climáticas (European Climate Change Adaptation conference – ECCA) que decorre em Lisboa de 28 a 31 de maio. É a primeira vez que este evento se realiza num país do Sul da Europa. Durante três dias vão ser apresentados estudos e partilhadas experiências sobre temas variados, que vão dos incêndios florestais extremos à inovação e resiliência urbana, passando pelos serviços da ciência para os sistemas de tomada de decisão e pela adaptação de infraestruturas urbanas ou de negócios à nova realidade.
Enfatizando a importância da colaboração entre as comunidades na adaptação às alterações climáticas e para a redução do risco de desastres, Christos Stylianides sublinhou a importância de “três prioridades chave”: o refinar do conhecimento com conferências como esta e programas europeus como o Copernicus (sistema satélite de observação da Terra); “o reforço da cooperação público-privada”, nomeadamente com o sector dos seguros, para prevenir riscos e compensar perdas; e a “aposta em investimentos e infraestruturas resilientes”.
Segundo o comissário europeu, “a Europa continua a liderar pelo exemplo”, já que um quinto do orçamento do Plano de Ação para o Crescimento Sustentável da União Europeia vai para projetos relacionados com a ação climática, assim como 40% do Fundo para Investimentos Estratégicos.
Face aos projetos de preparação para desastres naturais, Christos Stylianides lembrou o recentemente lançado “rescEU” – o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que serve de “resposta coletiva” ou “rede de segurança” para eventos extremos como os incêndios florestais. Este mecanismo, cuja frota conta com sete aviões e seis helicópteros de combate a incêndios já está a postos para o verão de 2019.