Decorre em Assunção, capital do Paraguai, uma nova ronda de negociações entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, com a finalidade de ser conseguido um Acordo de Associação entre os dois blocos regionais.
As negociações têm avançado em vários dossiers, mas de momento encontram-se “encalhadas” nos aspetos mais difíceis, nomeadamente no “dossier Agricultura”, cuja última notícia sobre as negociações apontam para a falta de acordo sobre um conjunto de produtos considerados “sensíveis”, não aceitando a UE as reivindicações dos países do Mercosul, em especial para as quantidades e cotas que pretendem introduzir no mercado único europeu, sem direitos aduaneiros.
Os produtos “sensíveis” mais importantes para a UE são: carne de vaca, açúcar, carne de aves, etanol, arroz e sumo de laranja.
Paralelamente às negociações oficiais, as entidades representativas da sociedade civil dos dois blocos – Comité Económico e Social Europeu (CESE) e o Foro Consultivo Económico e Social del Mercosur (FCES) reuniram em Assunção com a finalidade de tomarem uma posição comum face às negociações.
A Delegação Europeia do CESE, composta por três conselheiros, entre os quais o Secretário Geral da CONFAGRI , Francisco Silva, manifestaram, na reunião preparatória, as posições do CESE sobre as negociações e propuseram a constituição de um Comité Mixto entre o CESE e o FCES, para funcionar se o Acordo for seguido e acompanhar a aplicação deste.
O Secretário Geral da CONFAGRI ao intervir na reunião defendeu a posição da agricultura europeia, veiculada por recente posição da COGECA -Confederação Geral das Cooperativas Agrícolas da União Europeia, organização que representa o sector cooperativo agrícola na UE, e que se opõe totalmente à concessão de mais facilidades para importações de produtos sensíveis do Mercosul.