Ministro quer acordo com empresas para tratar carca?as de bovinos

Esta semana foi aprovada uma requisição civil para as empresas Rogério Leal (São João da Madeira) e ETSA (Coruche) depois de várias negociações para garantir um acordo que permita o escoamento dos resíduos perigosos dos bovinos.

"Hoje houve reuniões durante todo o dia" para ver se "podemos chegar a um acordo" que é "a minha expectativa e o meu desejo", explicou Costa Neves, destacando a utilidade pública das duas empresas.

De acordo com o ministro, estas duas empresas – as únicas que transformam sub-produtos bovinos de risco como o cérebro ou a espinal medula dos animais – têm de oferecer garantias de funcionamento ao Estado, o que não estava a suceder.

"Em determinada altura estava em risco, por um lado, o abastecimento público e, por outro, a saúde pública", afirmou, salientando que "o Governo em Conselho de Ministros decidiu-se pelo processo de requisição civil", já que as negociações existentes "tinham bloqueado".

Agora, depois da aprovação de uma requisição civil que impede qualquer tipo de paragem da produção, foram retomadas as negociações e "temos esperança que se chegue a um bom resultado".

Nos últimos meses, "estávamos confrontados com uma situação de bloqueio completo e não há alternativa no país" para o processamento das 36 mil cabeças de gado que são abatidas mensalmente.

Perante esta situação, foi necessária uma "requisição civil, mas neste momento todas as informações que tenho são de que, à luz deste novo enquadramento, estamos outra vez à mesa das negociações", sublinhou Costa Neves.

De acordo com um responsável do ministério contactado pela Agência Lusa, estas duas empresas são responsáveis pelo processamento em farinha dos resíduos mais perigosos dos animais, nomeadamente aqueles relacionados com a doença da BSE.

A farinha que aí é produzida é depois incinerada, acrescentou a mesma fonte.

Além destes resíduos, existem outros menos perigosos (ossadas ou raspas de pele) que são transformados em farinha e depositados em aterro sanitário.