Tangerina
Descrição botânica
Nome científico: Citrus reticulata
Algumas das variedades de tangerineiras e dos seus híbridos mais cultivados na Madeira são a ‘Okitsu’, a ‘Clementina fina’, a ‘Clementina nules’, a ‘Hernandina’, a ‘Ortanique’ e a ‘Encore’.
Família: Rutaceae
Origem: Sudeste da Ásia
Curiosidade
Na Ilha da Madeira, é frequente a sua utilização na decoração da tradicional lapinha do Natal.
Cultivo
Desenvolve-se bem com temperaturas entre os 20 e 30°C e valores de humidade relativa do ar elevados são mais adequados ao seu cultivo. Prefere solos férteis, arenoargilosos e bem drenados, com pH entre 5,5 e 6,5. Não tolera solos impermeáveis.
A exposição direta aos raios solares pode provocar queimaduras nos frutos, além de prejudicar a qualidade interna e o tamanho.
A falta de chuva pode limitar a sua produção pelo que os rendimentos máximos são obtidos, em geral, em áreas irrigadas.
A colheita realiza-se entre os meses de novembro e junho.
Na Madeira, esta cultura apresenta maior incidência nos concelhos de Ribeira Brava, Câmara de Lobos, Funchal e Santa Cruz. Na costa sul da ilha, a altitude ideal para o cultivo desta fruteira é até aos 350 metros e na costa norte até aos 100 metros.
Pragas e doenças
Destacam-se a mineira dos citrinos, a psila dos citrinos, os ácaros, os afídeos e as cochonilhas. Entre as doenças mais frequentes, verificam-se a fumagina, o míldio e a gomose.
Nutrientes
Valor energético: 37kcal por 100g de alimento (cru).
É constituída essencialmente por água e é rica em vitaminas A, B12, C, K e sais minerais, como magnésio, ferro, cálcio e fósforo. Destacam-se as grandes quantidades de vitamina C presentes na polpa e nas fibras brancas envolventes.
A tangerina contribui para o fortalecimento do sistema imunológico.
Os flavonoides, presentes na polpa e nas sementes da tangerina, ajudam a regular os níveis de colesterol LDL e na prevenção de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose e a hipertensão arterial.
Na tangerina, encontram-se alguns compostos com ação antioxidante contra os radicais livres, prevenindo o envelhecimento das células.
A elevada concentração de fibras fornece a sensação de saciedade, ajudando a digerir os alimentos de forma correta e lenta, garantindo assim uma maior estabilidade nos níveis de glicemia no sangue.
Diferentes formas de utilização
A melhor forma de consumir a tangerina é in natura, sem descartar os caroços ou as fibras que envolvem a polpa. No entanto, é possível usá-la em receitas de geleias, mousses, bolos, sumos, licores, ponchas, saladas, etc. O fruto inteiro pode ser congelado, para posterior utilização.
A sua casca também pode ser usada na elaboração de geleias, temperos para carne, chá ou fruta cristalizada ,que pode ser adicionada a bolos, muffins ou apenas como aperitivo.
As cascas podem ser utilizadas como purificadores do ar ou fragâncias do ambiente.
O seu cheiro cítrico repele as traças. Assim, podemos colocar cascas secas em pequenos sacos de tecido e pendurar nos armários.
Também repele a marcação de território pelos gatos domésticos, basta colocar algumas cascas no local preferido para esse efeito!
As raspas de tangerina podem ser usadas na preparação de fertilizante para plantas de interior, da seguinte forma: preencher 1/3 de um frasco de vidro de 1 litro com raspas de tangerina picadas e adicionar água recém fervida até o topo.
No dia seguinte, retirar as raspas, adicionar água fria e misturar. A solução resultante é usada na rega das plantas.
Contra pulgões, tripes ou ácaros, pode-se preparar uma infusão de casca de tangerina: colocam-se 200 gr de casca em 1 litro de água morna e fica em infusão durante 5 a 7 dias. Adiciona-se um pouco de sabão líquido e está pronto aplicar.
As cascas de tangerina podem também ser usadas na preparação de vários produtos cosméticos para o rosto e fortalecimento de unhas.
Natália Silva
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
O artigo foi publicado originalmente em DICAs.