Os resultados líquidos da Sonae no primeiro trimestre deste ano, atribuíveis aos acionistas, foram de 26 milhões de euros, uma queda de 38,3% face ao período homólogo, adiantou a empresa em comunicado.
Assim, de acordo com a Sonae, esta queda dos lucros deveu-se ao “esforço para apoiar as famílias, à pressão inflacionista, ao aumento dos custos de financiamento e fiscais, imparidades de ativos, e por e depreciações mais elevadas na sequência do investimento na expansão e digitalização” dos negócios.
Na mesma nota, a empresa disse que durante o primeiro trimestre, “o volume de negócios consolidado de 1,9 mil milhões de euros, mais 12% em termos homólogos”, justificando que “este crescimento foi impulsionado pela expansão dos principais negócios de retalho, com abertura de novas lojas, e por ganhos de quota de mercado, com os consumidores a reconhecerem o esforço para oferecer os melhores preços”.
O grupo indicou ainda que o seu EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) nos primeiros três meses do ano foi de 161 milhões de euros, um crescimento de 9% em termos homólogos.
Segundo a Sonae, no primeiro trimestre de 2023, o “mercado português de retalho alimentar manteve-se desafiante com a procura dos consumidores muito pressionada pela inflação alimentar (20,5%) que continuou a afetar o poder de compra das famílias”.
Segundo o Sonae, o volume de negócios da MC, empresa de retalho alimentar do grupo, cresceu “11,8% em base comparável (LfL) e 13,5% em termos homólogos, para 1,5 mil milhões de euros”, acrescentando que “as vendas online cresceram igualmente no trimestre”.
Por outro lado, “em termos de rentabilidade, a margem foi novamente impactada” pela “absorção parcial pela MC da pressão inflacionista”, pelo “efeito de ‘mix’ e agravamento dos movimentos de ‘trading down’”, e por “aumentos de custos operacionais essencialmente devido à inflação”.
Por sua vez, o “volume de negócios da Worten atingiu 284 milhões de euros, aumentando 9% em termos homólogos, com um LfL de +7,5%, num contexto de acentuada pressão no poder de compra das famílias”.
Já a Zeitreel, unidade de retalho de moda, “apresentou um desempenho resiliente do seu volume de negócios, o qual atingiu 96 milhões de euros, ficando em linha” com o período homólogo.
A Sierra, do setor imobiliário, registou um aumento do resultado líquido de 58% em termos homólogos, para 16 milhões de euros no final do trimestre. O grupo recordou ainda que “adquiriu a restante participação de 10% na Sierra, por 89 milhões de euros”, passando “a deter 100%” da empresa.
O grupo destacou que o investimento consolidado “atingiu 659 milhões de euros nos últimos 12 meses, aumentando 28%, com expansão orgânica dos negócios e aquisições”, tendo o investimento operacional (Capex) atingido 377 milhões de euros. O investimento em aquisições e reforço de participações em negócios e empresas ascendeu a 282 milhões de euros, referiu.
Apesar do investimento realizado, a dívida líquida reduziu-se “ligeiramente em termos homólogos, para 922 milhões de euros”.
A Sonae disse ainda que lançou, no primeiro trimestre de 2023, “uma nova edição do Programa Contacto, com o objetivo de recrutar um número recorde de mais de 90 jovens de elevado potencial”, referindo que “esta aposta no talento jovem reflete-se também na criação de emprego do grupo, que nos últimos 12 meses reforçou as suas equipas com a contratação de mais de 700 pessoas”.