“LetsGrow – Towards Sustainable Agri-Food System” é a designação de um novo projecto europeu, destinado à «promoção de carreiras intersectoriais de investigação e inovação no sector agroalimentar», cujo evento de arranque decorreu nos dias 11 e 12 de Junho, no Porto, organizado pela Universidade Católica Portuguesa (UCP). Os principais objectivos deste projecto com duração de quatro anos são «capacitar os recursos humanos em investigação e inovação (I&I) através de formação avançada, reforçar a mobilidade entre os sectores académico e não académico e desenvolver políticas que promovam carreiras mais atrativas, interoperáveis e sustentáveis».
Liderado pela Universidade Católica Portuguesa, esta iniciativa é financiada pela Era Talents, no âmbito do concurso europeu Horizon Widera 2024 e reúne 11 parceiros de sete países europeus, incluindo sete instituições académicas da aliança universitária Transform4Europe e quatro entidades não académicas. Além da UCP, o consórcio inclui a Lipor (Portugal), a Universidade de Sófia “St. Kliment Ohridski” (Bulgária), a Universidade Vytautas Magnus (Lituânia), a UAB Nando (Lituânia), a Universidade da Silésia em Katowice (Polónia), a Universidade de Primorska (Eslovénia), a Universidade de Saarland (Alemanha), a Universidade de Alicante (Espanha), o Centro Tecnológico Nacional de Canning (Espanha) e o Parque Científico da Universidade de Alicante (Espanha).
Segundo a Universidade Católica, o LetsGrow «visa promover percursos profissionais que transcendam as fronteiras sectoriais e geográficas, através da implementação de mecanismos de mobilidade estruturados entre sectores académicos e não académicos». O intuito é «preparar profissionais de I&I com as competências necessárias para enfrentar os principais desafios globais no sector agroalimentar – como a segurança alimentar, as alterações climáticas e a sustentabilidade –, combinando excelência na investigação, experiência prática e inovação aplicada».
A universidade explica que «o LetsGrow decorre da necessidade de tornar as carreiras de I&I mais interoperáveis, permitindo-lhes atravessar fronteiras sectoriais e geográficas e promovendo o reconhecimento das carreiras e trajectórias dos investigadores em vários sectores, contribuindo assim para o desenvolvimento de soluções concretas para problemas do mundo real». Para este fim, o projecto está centrado em «três pilares estratégicos: 1 – Formação de excelência (com 37 actividades que abrangem temas como a gestão da I&I, o espírito empresarial, a ciência aberta e as tecnologias emergentes); 2 – Mobilidade estruturada (através da implementação de Planos de Desenvolvimento de Carreiras Pessoais, incluindo mobilidades de investigação e de capacitação institucional, apoiadas por sistemas de tutoria e planos de reintegração); 3 – Política de carreiras e desenvolvimento do ecossistema (envolvendo o mapeamento das necessidades do ecossistema, a criação de uma comunidade de práticas, workshops de cocriação e a elaboração de um resumo de políticas com recomendações para promover carreiras de I&I mais atractivas e sustentáveis».
João Cortez, director do Gabinete de Investigação e Inovação da Universidade Católica Portuguesa, afirma que «o Letsgrow representa um passo ambicioso na construção de carreiras mais diversificadas, valorizadas e alinhadas com os desafios reais da sociedade e da indústria», realçando que «acreditamos que a transição para um sistema agroalimentar sustentável exige talentos capazes de fazer a ponte entre a ciência e a prática». «Com uma forte aposta na colaboração europeia, no desenvolvimento de competências e na mobilidade qualificada, o LetsGrow servirá também como um modelo replicável noutros sectores», salienta João Cortez.
A Universidade Católica sublinha que «esta replicação será ainda mais reforçada através da Aliança Universitária Transform4Europe» e que, com o LetsGrow, «consolida o seu papel de líder europeu na formação de investigadores e gestores de ciência, posicionando-se como uma ponte entre o conhecimento académico e a aplicação prática». «A coordenação do LetsGrow reflecte a capacidade científica, organizacional e estratégica da Universidade para liderar consórcios multidisciplinares e intersectoriais no âmbito do Espaço Europeu de Investigação», conclui.
O artigo foi publicado originalmente em Revista Frutas Legumes e Flores.