De visita a uma produção agrícola, o dirigente comunista João Oliveira considerou que o país “não tem de estar condenado à estagnação” económica, que disse ser consequência do desinvestimento na produção preconizado pela União Europeia (UE).
“Portugal não é um país condenado à estagnação” e tem de encontrar soluções para “o estrangulamento” de que os agricultores são alvo, em particular os pequenos e médios, por causa das imposições de Bruxelas, sustentou João Oliveira.
O membro da Comissão Política do Comité Central do PCP visitou a produção agrícola de Graciela e Vergílio Martins, no Troviscal, freguesia pertencente ao concelho de Oliveira do Bairro, no distrito de Aveiro.
São dez hectares mais meio hectare de estufa e aqui há de tudo um pouco. Alfaces, abóboras, alho-francês ou batatas são apenas alguns exemplos.
A João Oliveira, os agricultores disseram que há muito terreno cultivado, mas cada vez é mais difícil manter o que há. Os custos de produção são cada vez maiores, o lucro diminui consideravelmente e há duas agravantes. Portugal está agora a viver um período de seca meteorológica e as alterações climáticas estão a assolar as produções.
João Oliveira ouviu e concluiu que “não será coincidência” que as duas décadas de integração na União Europeia tenham coincidido com a estagnação do aparelho produtivo de Portugal.
E depois apresentou as soluções para estes e outros agricultores, mas que PS e PSD insistem em não aplicar, como, por exemplo, o reforço no apoio ao gasóleo agrícola ou o aumento nos apoios do Regime de Pequena Agricultura, “que já passaram de 600 para 800 euros, mas continuam muito distantes dos 1.250 euros” que são necessários para suprir parte das necessidades.
Quando chegou ao Troviscal, João Oliveira foi recebido por vários populares, a maioria agricultores, que aguardavam para o ver e cumprimentar. Mas houve quem lá estivesse para o rever e recordar uma almoçarada.
“Acho que foi o João Ferreira [que esteve na almoçarada]”, insistiu João Oliveira ao agricultor.
“Não, o João Ferreira não. Foi o Oliveira”, respondeu o popular. “Já não se lembra de mim?”, questionou, mas nem baiando a máscara por um instante o deputado comunista reconheceu o rosto que estava à sua frente.
“Depois a gente tira isso a limpo e eu vou lá consigo comer a caldeirada”, ficou a promessa.
Há dois anos, a CDU obteve 10.738 votos no distrito de Aveiro, ou seja, 3,05%, mas falhou a eleição de um deputado.