[Fonte: TSF] Vários casos da doença na Europa deixam em alerta os produtores portugueses.
O aumento de javalis nos campos do Alentejo está a deixar os produtores do porco preto em alerta máximo, perante a presença da peste suína em vários países da Europa, como é o caso do Bélgica. Alegam que os javalis são o maior foco de propagação da doença nos dias hoje, perante uma população tão elevada e sem controlo entre Portugal e Espanha.
A preocupação foi manifestada à TSF pelo presidente da Associação de Criadores do Porco Alentejano, Nuno Faustino, para quem é chegada a hora de fazer o controlo do javali em Portugal, com recurso à caça, como forma de procurar reduzir, ao máximo, o perigo de contágio.
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O dirigente recorda que a peste suína africana não é transmissível aos seres humanos – embora seja mortal para os animais – mas acrescenta que a sua entrada em Portugal teria implicações “muito graves” na economia do setor, sobretudo no Alentejo onde estimativas apontam para cerca de 35 mil porcos de montanheira.
“Era um problema económico brutal para todas as explorações de Portugal e mais grave para o porco alentejano, que exporta mais de 90% da produção para Espanha. Significava que as exportações ficavam impedidas de acontecer”, admite Nuno Faustino.
O mesmo representante lança ainda um olhar sobre a crise da peste suína africana nos países asiáticos, com o abate de milhões de animais, para garantir que Portugal tem aproveitado essa oportunidade. “Nos negócios, a azar de uns é sorte de outros”, diz, garantindo ser provável que o nosso país até venha a criar mais unidades industriais de abate e transformação de suínos para responder aos desafios de mercados como a China.