A partir de sexta-feira, dia 29 de setembro, o estado do tempo em Portugal continental será influenciado por uma intensa crista anticiclónica localizada sobre a Europa Ocidental, promovendo uma situação de estabilidade atmosférica, à qual se associa o transporte de uma massa de ar quente e seco, com origem no norte de África, até ao território do continente.
Desta forma, prevê-se uma subida generalizada dos valores de temperatura máxima nos dias 29 e 30, sendo que de momento os mesmos já se encontram ligeiramente acima dos valores normais para a época. Assim, entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro esperam-se valores que deverão ultrapassar os 30° na generalidade do território, exceto alguns locais da faixa costeira, podendo atingir valores até 35-37°C na região Sul e no vale do Tejo. Ainda que naturalmente não sejam expectáveis valores absolutos de temperatura máxima comparáveis a episódios ocorridos durante os meses mais quentes, os valores previstos correspondem a anomalias de até cerca de 5-8°C acima aos valores médios habituais para a altura do ano.
Também as temperaturas mínimas irão registar uma subida, podendo ser observadas noites com valores iguais ou superiores a 20°C (noites tropicais) em alguns locais, em especial no litoral da região do Algarve. Todavia, e dada a data deste episódio, caracterizada já por noites mais longas, não é expectável a ocorrência generalizada de noites muito quentes, sendo até de esperar nos locais mais abrigados do interior noites frescas com temperaturas mínimas entre 10 a 15°C.
Dadas as previsões atuais, espera-se que este episódio persista pelo menos até dia 3 de outubro, havendo maior incerteza na situação meteorológica a partir desse período, em especial no noroeste do território. Todavia, é provável o cenário da influência desta crista anticiclónica persistir, e assim o episódio de tempo quente se prolongar por mais dias, em especial na região Sul, não se descartando desta forma que venha a ser registada uma onda de calor.
É ainda de realçar que associado a esta subida generalizada da temperatura e à sua persistência, o Perigo de Incêndio Rural irá também sofrer um agravamento, em especial no Algarve e nas regiões do interior.
Fonte: IPMA