O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) está a desenvolver a plataforma digital AgroClima, para divulgação de «avisos agroclimáticos», que está numa fase de testes. No site do AgroClima, explica-se que, «tendo por base sinergias criadas entre as associações de agricultores das diversas fileiras e o IPMA, desenvolveu-se um novo conceito de ‘boletim agroclimático’ que, em face dos novos desafios colocados ao sector, pretendeu ser mais inovador e tecnológico, quer em termos das fontes de dados utilizadas, mas também na forma de disponibilização de informação».
O IPMA assinala que «este novo conceito ‘boletim agroclimático’» está acessível através da plataforma digital AgroClima, «que incorpora informação detalhada para as diversas regiões do Pais, agregada pelas diversas Unidades Territoriais e áreas agrícolas, com base em dados diários de observação meteorológica da rede do IPMA (in situ e remota) e de previsão numérica do tempo (modelo numérico)». Segundo a entidade, esta ferramenta está a ser desenvolvida porque «um dos grandes desafios do setor agropecuário deriva da integração das novas tecnologias nas diversas fileiras do sector, pelo que se impõe a incorporação de dados e informação meteorológica e climatológica nos processos de apoio à tomada de decisão, nas componentes de planeamento e gestão», sendo que «Portugal, através do seu plano Estratégico da PAC, pretende melhorar o contexto do sector para a digitalização, aumentar a disponibilização gratuita de informação gerada no âmbito da administração pública, promover as condições para uma maior celeridade na decisão dos apoios ao investimento».
De acordo com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), actualmente a plataforma AgroClima inclui apenas algumas culturas, estando previsto para breve o seu alargamento a outras culturas, como o olival, os frutos secos e os pequenos frutos. A CAP refere que «tem vindo a promover um trabalho de aproximação ao IPMA com o intuito de desenvolver algumas ferramentas tecnológicas que se adaptem às necessidades do sector agrícola e florestal», que «está empenhada em colaborar activamente com o IPMA para transformar esta aplicação numa ferramenta de excelência para os agricultores» e que em Setembro será realizada uma sessão pública de apresentação formal desta nova plataforma do IPMA.
A Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), enquanto organismo de coordenação técnica do AKIS – Sistema de Conhecimento e Inovação da Agricultura, sublinha que, «face aos novos desafios colocados ao sector, a plataforma/boletim pretende ser mais inovadora e tecnológica, quer em termos das fontes de dados utilizadas, quer na forma de disponibilização de informação detalhada para as diversas regiões do País, agregada pelas diversas Unidades Territoriais, com base em dados diários de observação meteorológica da rede do IPMA e de previsão numérica do tempo». Os utilizadores poderão dar feedback do seu uso da plataforma digital AgroClima, comentários e sugestões, tendo em vista a melhoria desta ferramenta, seja através do questionário disponibilizado pela DGADR, seja através da CAP (enviar para o email abrito@cap.pt até 23 de Agosto) – entidade que afirma que «seria muito útil receber sugestões sobre novas culturas, acompanhadas, se possível, das épocas consideradas críticas para os principais eventos meteorológicos que as afectam», para depois essa informação ser encaminhada para o IPMA.
O artigo foi publicado originalmente em Revista Frutas Legumes e Flores.