Investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto integram um projeto europeu que visa, ao longo dos próximos três anos, produzir novos ingredientes, recorrendo a recursos subutilizados, para a aquacultura.
Em comunicado, o centro da Universidade do Porto explica hoje que o projeto, intitulado SIDESTREAM tem como principal missão produzir “compostos de alto valor recorrendo a invertebrados e bactérias marinhas” para a aquacultura.
Ao longo dos próximos três anos, estes compostos serão produzidos em “fluxos de resíduos seguindo princípios circulares”, afirma o CIIMAR.
A aquacultura, que se tem vindo a afirmar como “uma importante alternativa às formas tradicionais de abastecimento de recursos naturais”, é o setor que mais consome ingredientes de origem aquática.
“Várias indústrias deste setor descartam subprodutos, em vez de considerá-los um recurso”, salienta o CIIMAR, acrescentando que o projeto permitirá desenvolver “processos inovadores” para a valorização destes subprodutos, por forma a “contribuir para cenários de desperdício zero”.
Ao responder a questões como “até que ponto de será possível reciclar nutrientes”, “quais os organismos e abordagens mais adequadas” e “estes organismos podem servir como ingredientes para a alimentação animal”, o projeto permitirá “dar o salto tecnológico”.
Paralelamente, o SIDESTREAM contribuirá também “para desenvolver soluções para estas questões” ao estar organizado em oito grupos de trabalho para responder ao objetivo comum de “produzir novos ingredientes para a aquacultura europeia”.
Ao valorizar os recursos até agora considerados “desperdício”, os investigadores vão contribuir para uma “aquacultura sustentável”, sublinha o CIIMAR, realçando também a abordagem de ponta que vai ser usada no projeto.
“A aquacultura desempenha um papel fundamental na produção mundial de alimentos, respondendo de forma crescente à sobre-exploração de grande parte dos recursos de origem aquática”, salienta o CIIMAR.
A nível nacional, o SIDESTREAM é coordenado por Luisa Valente, investigadora do CIIMAR, e Filipe Castro, professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
O projeto, que é liderado pelo Sintef Ocean (Noruega), envolve nove parceiros europeus: o CIIMAR, em Portugal, o Conselho Superior de Investigações Científicas, em Espanha, o AWI, na Alemanha, o Projecthub360, em Itália, e Nofima, Biokraft e Skretting, na Noruega.