Indicador que acompanha bens essenciais à alimentação e indústria agro-alimentar, da agência das Nações Unidas, registou um decréscimo de 0,8%, em cadeia, face ao recorde de 32 anos registado em Março. Mas, ainda assim, está 29,8% acima de Abril de 2021.
Ao segundo mês de guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de Fevereiro com a invasão da Rússia, o índice alimentar da Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (FAO) aliviou um pouco.
O indicador, que soma recordes sucessivos e que tinha chegado ao máximo histórico nos seus 32 anos de vida no primeiro mês em que os impactos da guerra se fizeram sentir por completo, atingiu 158,5 pontos em Abril.
É uma queda – cuja ligeireza tem que ser contextualizada à luz das actuais circunstâncias – de 0,8% face a Março deste ano, mas é também uma diferença, para cima, de 29,8% (ou 36,4 pontos) face a Abril de 2021, em que o mundo ainda estava bastante condicionado por aquele que viria a ser o segundo ano de pandemia de covid-19.
O indicador da FAO acompanha cinco sub-índices de matérias-primas agrícolas e bens alimentares – usados directamente para a alimentação humana e animal ou indirectamente, através do processamento da indústria para fazer outros produtos acabados (que podem ir do leite em pó para crianças a biocombustível a partir de açúcar, cereais ou oleaginosas). O índice é assim formado pela média de preços da carne, lacticínios, cereais, óleos vegetais e açúcar ponderados pelas quotas de exportação mundial de cada um dos grupos no período de 2014-2016.
O que a FAO (sigla em inglês para Food and Agriculture Organization of the United Nations) nos diz esta sexta-feira no seu comunicado é que o recuo do índice global em Abril foi causado “por uma queda significativa no sub-índice do óleo vegetal, juntamente com uma ligeira descida no sub-índice do preço dos cereais”. Em paralelo, contudo, “os sub-índices de preços do açúcar, carne e lacticínios sustentaram aumentos moderados” do indicador agregado global.
A guerra na Ucrânia provocada pela Rússia impactou directamente, logo de imediato, na cotação dos cereais – nomeadamente milho e trigo – e nos óleos vegetais (essenciais para grande parte da indústria alimentar, que dele depende para fazer desde bolachas a conservas), porque os dois países em guerra são dos maiores protagonistas nesses mercados como produtores e exportadores.
Os números são da FAO, dados há dois meses: cerca de 50 países dependem da Rússia e da Ucrânia para, pelo menos, 30% das suas necessidades de trigo, sendo que, destes, há 26 países em que a percentagem passa para 50% de dependência. Nos fertilizantes, essenciais para a produção actual da agricultura em larga escala em certos exportadores, 25 países dependem da Rússia.
“Em 2021, as exportações de trigo da […]
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