Os reacendimentos e os fogos que lavram em concelhos vizinhos continuam a preocupar o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, que mantém o território em vigilância e com máquinas de rastos a criar faixas de descontinuidade.
“O incêndio está nesta fase designado como dominado, mas tivemos vários reacendimentos, fruto do vento que está errático. O território continua sob a vigilância dos bombeiros no terreno, com o posto de comando de Oliveira do Hospital ativo no Centro Municipal de Proteção Civil”, referiu.
Em declarações à agência Lusa, José Francisco Rolo explicou que estão a ser feitas operações com máquinas de rastos para criar faixas de descontinuidade e precaver eventualidades.
“Temos hoje um incêndio de grandes proporções a decorrer na zona da Covilhã e temos um outro incêndio ainda bastante ativo, com grande intensidade, na Barriosa, no vizinho concelho de Seia. Pode haver ali inflexões e o incêndio pode voltar a entrar no concelho de Oliveira do Hospital”, indicou.
De acordo com o autarca, o incêndio que lavra no vizinho concelho de Seia (distrito da Guarda) “inspira muitos cuidados, daí o estado de alerta e vigilância e a presença dos bombeiros”.
“Estamos a falar já de seis dias e em que houve desmobilização de meios. Foi a opção de comando do diretor nacional desmobilizar meios, o que nos obriga a que nos reorganizemos e coloquemos os nossos bombeiros no terreno, quando simultaneamente estão a participar em outras operações na região”, acrescentou.
Uma das frentes do incêndio de Arganil, que eclodiu na freguesia do Piódão, avançou na quarta-feira para Oliveira do Hospital.
Na altura, o autarca falou em “caos” e falta de meios.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
No domingo, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, anunciou que a situação de alerta devido ao risco agravado de incêndio foi prorrogada até às 24:00 de terça-feira.
A situação de alerta, que teve início no dia 02 de agosto, tinha já sido renovada até às 24:00 de domingo, vigorando agora por mais 48 horas.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 18 de agosto arderam 185.753 hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.