Os municípios do Baixo Sabor firmaram hoje uma parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) para desenvolver um projeto para a plantação de “pequenos bosques” num território atingido por um grande incêndio em 2013.
A iniciativa, denominada “Plantar o Futuro nos Lagos do Sabor”, arrancou “simbolicamente” com a plantação de 350 árvores de espécies autóctones(sobreiros e azinheiras) cedidas pelo ICNF à Associação de Municípios do Baixo Sabor (AMBS), para serem plantadas na área dos ‘Lagos do Sabor’ que abrangem os concelhos de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros (Bragança).
“Temos a noção de que estas 350 árvores não são suficientes para um território tão vasto, mas trata-se de um pequeno passo para criar sustentabilidade no território dos Lagos do Sabor que foi flagelado por um grande incêndio em 2013 e ainda hoje sofremos as consequências”, disse à Lusa o presidente da AMBS, Nuno Gonçalves.
O incêndio começou a 08 de julho de 2013, em Picões, no concelho de Alfândega da Fé, e propagou-se durante quase quatro dias, até 11 de julho, aos municípios de Mogadouro, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.
“Esperamos que, com estas iniciativas estatais e municipais, consigamos replantar, aos poucos, todas estas áreas afetada pelo fogo e que vamos conseguir melhorar”, vincou o também autarca de Torre de Moncorvo.
Este incêndio causou prejuízos de “três a quatro milhões de euros” na área agrícola, segundo o relatório preliminar sobre a destruição causada pelas chamas no verão de 2013.
Dados oficiais indicam que as chamas consumiram uma área de “14.912 hectares”, tendo ameaçado várias populações dos concelhos de Mogadouro, Torre de Moncorvo e Alfândega da Fé.
As primeiras árvores foram plantadas em locais emblemáticos como São Lourenço no Felgar (Torre de Moncorvo), Santo Antão da Barca (Alfândega da Fé) e em Mogadouro, junto a Meirinhos.
Segundo os autarcas da AMBS, a plantação de árvores poderá chegar a alguns milhares, e tudo dependerá da capacidade de produção de espécies autóctones dos viveiros do ICNF.
A diretora Regional Norte de Conservação de Florestas do Norte, Sandra Sarmento, disse que é impetrante plantar novos bosques de sobreiros, azinheiras e zimbros.
“Esta não é a melhor época para a plantação destas espécies. Em outubro vamos recomeçar a plantar mais árvores e o número depende da quantidade de sementes desta variedades que existam nos viveiros do ICNF. É sempre difícil fazer uma estimativa de quantas árvores estarão disponíveis”, vincou a responsável.
De acordo com Nuno Gonçalves, a “iniciativa servirá, igualmente, para embelezar este território onde serão instalados os futuros ‘Eco Resorts do Sabor’, um projeto turístico emblemático”.
Os ‘Lagos do Sabor’ são constituídos por cerca de 70 quilômetros navegáveis numa albufeira que resulta da construção da barragem do Baixo Sabor, abrangendo quatro concelhos: Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros.
Um pequeno grupo de alunos de várias escolas do Baixo Sabor ajudaram na plantação das primeiras espécies de sobreiros e azinheiras.
Durante o ato simbólico foram devolvidas à natureza três aves rupícolas, recuperadas no Centro de Interpretação Ambiental e Recuperação de Animais (CIARA) do Felgar, no concelho Torre de Moncorvo que é tutelado pela AMBS.