Inc�ndios : Autarcas e pôrocos nortenhos mobilizados sobretudo para a preven��o

"A grande preocupa��o não � combater os inc�ndios, mas evit�- los", sustenta o governador civil do Porto, Manuel Moreira, que na semana passada apresentou o Plano Especial de Emerg�ncia Distrital para os Fogos Florestais.

Este plano surge num ano em que a regi�o Norte � apontada, pela nova Carta de Risco de Inc�ndio Florestal (que determina o risco de fogos com base nas áreas ardidas, vegeta��o, popula��o e clima), como a zona do país com maior potencial de ocorr�ncia de fogos.

Isto porque as vastas áreas ardidas em 2003 na zona Centro e na Serra de Monchique, no Algarve, estáo agora despidas de vegeta��o, enquanto no Norte permanece uma grande mancha florestal com elevado risco de inc�ndio.

A aposta na preven��o assumida por Manuel Moreira vai traduzir- se, nomeadamente, em cartas dirigidas a todas as c�maras, juntas de freguesia e par�quias do distrito, em que pedirá "ajuda nesta campanha c�vica e pedag�gica".

Outra das estratégias defendidas pelo governador civil � o reaproveitamento dos +outdoors+ que v�o ser usados na campanha eleitoral para as europeias para transmitir mensagens de sensibiliza��o para a preven��o dos fogos.

Depois de em 2003 ter passado comparativamente inc�lume ao mar de chamas que consumiu parte consider�vel da floresta portuguesa, reduzindo em cerca de metade o n�mero de ocorr�ncias e a área ardida, o distrito do Porto quer este ano manter esta tend�ncia.

Por isso, e para quando a preven��o não for suficiente, estar�o a partir de 01 de Julho a postos 53 grupos de primeira interven��o, apetrechados com outros tantos ve�culos florestais de combate a inc�ndios e 265 homens.

Na retaguarda estar�o ainda quatro grupos de apoio, dotados de um ve�culo tanque de grande capacidade, outros dois de comando t�ctico e oito efectivos.

Os meios a�reos distritais incluem, por sua vez, um grupo helitransportado e um helic�ptero bombardeiro ligeiro.

J� os meios especiais prev�em um grupo de refor�o e uma base de apoio log�stico, com alojamento e alimenta��o para 80 elementos e estacionamento para 28 ve�culos.

A partir de 15 de Junho, reunirá quinzenalmente a Comissão Distrital de Opera��es de Emerg�ncia de Protec��o Civil, constitu�da pelo coordenador do Centro Distrital de Opera��es de Socorro (CDOS) e representantes das pol�cias, da Direc��o Regional de Agricultura, da Comissão de Coordena��o e Desenvolvimento da Regi�o Norte e do Comando da Regi�o Militar Norte.

Em cada munic�pio, seráo Também criadas comissões que coordenar�o as ac��es espec�ficas de defesa da floresta.

além dos trabalhos de limpeza, abertura de caminhos e repara��o de pontos de �gua que j� v�m sendo feitos, elementos do Ex�rcito seráo chamados a patrulhar as florestas.

A coordena��o das ac��es de vigil�ncia passar� a ficar centralizada no Centro de Preven��o e detecção.

Entre as medidas tomadas pelas várias autarquias para evitar que as respectivas áreas florestais sejam atingidas, o destaque vai, no distrito de Bragan�a, para a antecipa��o em um m�s do programa de preven��o de fogos, operacional j� a partir de teráa-feira.

Embora se tenha escusado a avan�ar dados concretos, que remeteu para uma apresentação pública a fazer pelo governador civil de Bragan�a, o coordenador distrital de bombeiros e da Protec��o Civil, S� Lopes, deu conta de um refor�o do dispositivo, quer em n�mero de viaturas, quer de homens.

No distrito de Vila Real estar�o a postos j� em Junho 15 equipas de bombeiros para primeira interven��o, num total de 75 homens, e seráo Também mobilizados militares para patrulhar as áreas mais florestadas e combater os fogos.

A limpeza ao longo de 650 quil�metros de caminhos e aceiros dos concelhos de Chaves, Montalegre, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Lamego j� come�ou.

A partir de 01 de Julho e até 24 de Setembro seráo constitu�dos 45 grupos, com 224 bombeiros, apoiados por equipas com autotanques com capacidade para 2.000 litros de �gua.

Os meios a�reos dispon�veis incluem dois helic�pteros e dois avi�es ligeiros, estacionados no aer�dromo de Vila Real.

Nos dias de maior calor, as aeronaves seráo deslocadas para o aer�dromo do Minheu, em Vila Pouca de Aguiar, mais próximo da mancha florestal do T�mega.

O governador civil de Viana do Castelo, Carvalho Martins, adiantou que o distrito terá este ano mais meios materiais e humanos para preven��o e combate dos fogos florestais, mas sublinhou que o "trabalho de casa" tem vindo a ser feito ao longo dos �ltimos meses.

"Apost�mos na sensibiliza��o das juntas de freguesia do distrito, sobretudo na área da neglig�ncia", referiu, aludindo a reuni�es mantidas concelho a concelho, em que em cima da mesa estiveram, entre outras questáes, as queimadas.

além disso, está em curso uma campanha de sensibiliza��o dos fabricantes de fogo de artif�cio e dos respons�veis pelas várias festas do distrito.

Em Braga, a aposta do N�cleo Inter-sectorial de análise e combate aos Fogos florestais (NUDIAC) foi Também na preven��o e sensibiliza��o das popula��es dos 14 concelhos do distrito.

O principal apelo foi para que não lancem canas de foguete de artif�cio nas centenas de festas e romarias minhotas, uma das principais causas de inc�ndios na regi�o.

Estas ac��es de sensibiliza��o, que focaram Também os perigos das queimadas agr�colas e a necessidade de limpeza das matas, foram feitas numa reuni�o com todos os presidentes de junta e em contactos directos com propriet�rios florestais em todas as freguesias.

Para Bruno Fernandes, do NUDIAC, "o distrito está bem preparado para a �poca de fogos florestais", dado o trabalho de campo feito ao longo do ano e a perfeita liga��o entre as C�maras, juntas, servi�o de Bombeiros e Protec��o Civil, Pol�cia Florestal, Direc��o- Geral de Florestas, PSP e GNR.

Segundo salientou, o refor�o de meios dos bombeiros de nada valer� se as popula��es não colaborarem ou se, como chegou a acontecer no ano passado, ocorrerem 50 fogos em simult�neo.