O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) através de uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência de Recursos (POSEUR) concretizou, entre dezembro de 2019 e julho de 2022, investimentos de 277 mil euros em várias ações previstas no programa de execução do Plano de Ordenamento da Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, com o objetivo de promover a conservação de valores naturais relevantes existentes nesta Área Protegida.
Com uma taxa de execução de cerca 95%, foi intervencionada uma superfície final de 208,17 ha, com o acompanhamento dos técnicos e vigilantes da natureza da Direção Regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas que exercem funções em Santo André, o que resultou no incremento da recuperação e valorização dos habitats naturais, contribuindo para o aumento da biodiversidade e assegurando que a visitação acontece de uma forma ordenada e com reduzidos impactes ambientais.
Na área da Recuperação e Valorização de habitats naturais foram concretizadas ações de Controlo de espécies vegetais exóticas invasoras na RNLSAS e na ZEC Comporta- Comporta Galé em cerca de 35ha. Foram intervencionadas 11 parcelas, como previsto na Operação aprovada, e concretizada a remoção de acácias (de diversas espécies), chorão-das-areias (Carpobrotus edulis) e canas (Arundo donax). Foi também realizada a remoção total de povoamentos de eucaliptos em várias áreas.
Foram plantadas espécies autóctones em cerca de 21ha, incluindo o restauro ecológico previsto no percurso pedestre do Salgueiral e o restauro das áreas intervencionadas para controlo de espécies exóticas na ribeira da Cascalheira. Nas três parcelas localizadas nos Brejinhos e no Monte do Paio onde foram removidos os eucaliptos foram plantados pinheiros mansos.
Foi também concretizado o desassoreamento de vala com acesso à Lagoa de Santo André. Uma intervenção que permitiu a chegada de água doce à várzea da Ribeira da Badoca e à Lagoa de S. André logo a partir da primeira limpeza, com impacte muito positivo nos terrenos e na laguna, em anos muito críticos de seca (2021/2022), benefícios que se prevê se prolonguem por alguns anos.
Para valorizar os habitats de nidificação de aves, foram instaladas duas plataformas flutuantes na área alagada da Covinha, que permitem concretizar os trabalhos de captura e alimentação de anatídeos e funcionam igualmente como zonas de repouso para aves aquáticas. Construíram-se 300 caixas-ninho, que foram colocadas em várias áreas de floresta da RNLSAS, havendo já bons resultados na ocupação por várias espécies de chapins, o que tem permitido a monitorização anual da sua presença nesta área protegida.
Relativamente ao ordenamento de acessos, foram delimitados os acessos ao plano de água da Lagoa de S. André (de acordo com o estabelecido no Plano de Ordenamento da RNLSAS) e instalados os postes balizadores das entradas destinadas ao acesso ao plano de água da Lagoa de Santo André pelos pescadores da Zona de Pesca Profissional.
Foram também instalados passadiços em madeira (cerca de 370m), para a preservação da vegetação, através do ordenamento da circulação no percurso pedestre existente (Casa do Peixe), mas também para proporcionar maior conforto aos visitantes e utilizadores daquele espaço.
Foi sinalizada a Área de Recreio Náutico da Lagoa de S. André e colocada sinalização e estruturas informativas em diversos percursos pedestres/pontos de visitação da RNLSAS, o que valorizou substancialmente a apreensão de informação por parte dos visitantes, permitindo um incremento na sensibilização ambiental dos vários públicos. Esta ação não está avaliada em termos de área, mas valorizou muito diversos locais da RNLSAS. Foram instaladas várias novas estruturas e melhoradas outras, num total de 24 (Painéis informativos de diversos tipos, totens direcionais, setas direcionais, mesas informativas e Mapas de Percursos Pedestres).
Artigo publicado originalmente pelo ICNF.
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