Stefano Mancuso, um dos maiores especialistas em neurobiologia vegetal, considera, em entrevista à Lusa, que os humanos deveriam aprender com as plantas a resolver problemas, em vez de fugir deles, e em comunidade.
O botânico italiano e cientista foi um dos oradores da conferência de sustentabilidade do grupo Jerónimo Martins, que decorre hoje em Monsanto.
No seu livro, a Revolução das Plantas, o autor escreve que o que é mais importante para uma planta é encontrar uma solução efetiva para o problema, algo que lhe permita sobreviver.
Questionado sobre o que é que a Humanidade deve aprender a partir disso, o cientista aponta duas coisas.
“Primeiro, a resolver os problemas porque nós, humanos, normalmente dizemos que resolvemos os problemas quando, na verdade, estamos a afastar-nos deles”. Neste sentido, “os problemas permanecem”, adverte.
E dá o exemplo: “se estiver muito quente num lugar, nós mudamos para um lugar um pouco melhor. Se estiver muito frio, a mesma coisa”.
Em resumo, “afastamo-nos sempre dos problemas”, diz.
No caso das plantas, isso não é possível porque a planta não se consegue mover, por isso tem “mesmo de resolver o problema”.
“Diria que o que seria importante aprender com as plantas é a necessidade de agir” e “de mudar o nosso comportamento para resolver os problemas”, elenca.
A segunda coisa “que devemos aprender com as plantas é a capacidade de resolver problemas juntos”, e isso “é incrivelmente importante para as plantas”, defende.
As plantas “agem como uma comunidade o tempo todo, mudam completamente seu comportamento. Imagine uma floresta, um bosque, todas juntas resolvem o problema”, exemplifica.
Agora isso “é algo que estamos muito longe de conseguir imitar”, remata Stefano Mancuso.













































