O Governo Regional dos Açores vai levar os alunos das escolas a explorações agrícolas, num projeto que pretende aproximar as crianças e jovens do setor e mostrar que “o leite não nasce nos supermercados”.
“Temos um mundo infinito de produções agropecuárias que podem contribuir para que os Açores se desenvolvam e é nesse sentido que pretendemos mostrar às crianças que o leite não nasce nos supermercados e que a carne não nasce nos talhos, há um conjunto de fileiras produtivas, do mesmo modo que há um conjunto de fileiras que se podem desenvolver”, adiantou o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, António Ventura, citado numa nota de imprensa.
Os secretários regionais da Educação e da Agricultura assinaram hoje, em Angra do Heroísmo, um protocolo de colaboração para o desenvolvimento de atividades de promoção de literacia sobre a agricultura e a floresta.
O objetivo da iniciativa, que vai chegar a todas as escolas da região, é despertar o gosto pela agricultura e pelas florestas e aproximar as crianças e jovens do setor.
“Este protocolo pretende sensibilizar e formar os jovens desde tenra idade para as questões agrícolas nos Açores”, afirmou António Ventura.
O titular da pasta da Agricultura salientou que existem “muitas possibilidades de autoemprego e de criação de riqueza” na agropecuária, alegando que o setor pode “combater o despovoamento e fixar jovens”.
“A educação é um tema base no desenvolvimento de qualquer atividade económica e nos Açores um dos grandes pilares, de facto, é a agropecuária e nós precisamos voltar a criar atratividade para esta área de produção”, apontou.
Os técnicos da secretaria regional da Agricultura vão disponibilizar material informativo às escolas, para que a sensibilização possa ser feita na sala de aula, mas também estão previstas visitas aos serviços de desenvolvimento agrário e a explorações agrícolas, para promover um contacto direto dos alunos com o setor.
“Vamos retirar as crianças e jovens das escolas e vamos colocá-los mais de perto com a atividade agrícola, porque nada como um contacto de proximidade para haver uma outra valorização do setor”, explicou a secretária regional da Educação, Sofia Ribeiro.
Segundo a titular da pasta da Educação, a iniciativa pretende sensibilizar para a importância de uma “alimentação de qualidade”, mas também para “a sustentação do solo, a sustentabilidade ambiental e até mesmo a qualidade do desenvolvimento económico e social das ilhas”.
“É preciso que os alunos estejam despertos para a agricultura, que se contraponha e se acabe com alguma desinformação que às vezes passa sobre a qualidade dos nossos alimentos e sobre a agricultura, construindo-se, junto das escolas, materiais que potenciem esse trabalho”, defendeu.
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