O Governo Regional dos Açores está a preparar um plano estratégico para os laticínios, focado sobretudo na indústria, com o objetivo de valorizar os produtos lácteos açorianos.
“Achamos que será um plano que pode ajudar a indústria no futuro a valorizar melhor as suas produções, que como sabemos é um grande ‘handicap’ que nós temos neste momento para melhorarmos o rendimento de toda a fileira do leite”, adiantou o secretário regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, em Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião com os dirigentes da Associação Agrícola da Ilha Terceira.
Segundo o governante, o plano, que está a ser desenvolvido por uma empresa com experiência na área da internacionalização, deverá estar concluído até ao final deste ano.
O executivo açoriano prevê receber “já em junho” um relatório preliminar, que servirá de base para uma “reflexão conjunta com os principais parceiros” do setor.
O documento, que terá um horizonte temporal de 10 anos, contará com um conjunto de orientações destinadas à indústria “em relação às tendências de consumo, à inovação e aos novos mercados”.
João Ponte considerou que a estratégia de produção nos Açores tem sido “bem conseguida, do ponto de vista da qualidade, da quantidade, da melhoria da eficiência e da rentabilidade das explorações”, mas defendeu que a indústria tem de “olhar para o mercado de outra forma, tentar encontrar novos mercados, inovar e antecipar as tendências dos consumidores”.
“Nós estamos a fazer um documento importante e estruturante para o desenvolvimento da fileira do leite. Será um documento mais focado para a inovação, para a internacionalização e para os mercados. É um documento que interessa a todo o setor, mas que será mais virado para as preocupações que a indústria tem”, salientou, alegando que há abertura por parte das fábricas para implementar o plano.
Por sua vez, o presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira, José António Azevedo, considerou o documento importante, numa altura em que o preço do leite e as limitações à produção preocupam os lavradores.
“Está-se a fazer uma análise do que nós temos e depois vão ser dadas algumas ferramentas, que se as indústrias aproveitarem poderão tirar benefícios. Há que implementar aquilo que for analisado e que for de concreto uma mais-valia para a região”, frisou.