Se a agricultura está a enfrentar sérios riscos devido à seca, o cenário também é desolador nos hospitais que vão sofrer ainda maiores constrangimentos no verão. Bombeiros prometem estar preparados, apesar do elevado nível de risco de incêndio.
Espanha já deu o tiro de partida no anúncio de medidas para enfrentar a seca que costumam ser aplicadas nos meses de verão face às elevadas temperaturas que começaram mais cedo. Muitos governos regionais, especialmente, nas regiões da Andaluzia, Estremadura e Múrcia, já começaram a avisar os idosos e os doentes com doenças respiratórias para não saírem de casa durante as horas do almoço, a menos que seja necessário. Em Madrid foi anunciado que as piscinas públicas, que normalmente entram em funcionamento no início de junho, abrirão ao público a partir de 13 de maio e a praia fluvial será aberta ao público esta semana, por outro lado, as equipas de proteção civil vão distribuir água nas ruas, especialmente aos idosos. E, ao mesmo tempo, foi mencionado que, em algumas administrações autónomas, como a Catalunha e Valência, foram antecipadas as medidas para proteger a população idosa nos meses de verão.
E já esta semana revelou que vai injetar mais de 784 milhões de euros no setor primário. Trata-se de um pacote de dez medidas e inclui ajudas diretas do Estado aos setores agrícola e pecuário, no valor de mais de 636 milhões de euros, e o subsídio de 70% dos seguros de seca dos cultivos mais afetados pela falta de chuva. A par das ajudas diretas, o Governo aprovou ainda benefícios fiscais para os produtores que tiveram uma redução de 20% nos rendimentos. Este exemplo também já tinha sido seguido por França, em que o uso de água está a ser restringido em 93 regiões. «Nunca vivemos uma seca como esta. E a má notícia é que, tanto quanto podemos ver, não há razão para pensar que vai parar», disse o ministro da Transição Ecológica Christophe Béchu.
Este cenário de seca também já foi reconhecido pelo Governo português, e questionado pelo Nascer do SOL, o Ministério da Agricultura disse que a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento da Seca reunirá durante o mês de maio, para monitorização e avaliação da evolução da situação.
E explica que a declaração de seca permite a aplicação, por exemplo, de um conjunto de medidas nacionais e outras que carecem de aprovação da Comissão Europeia, como o pastoreio em áreas de pousio e a flexibilização da alimentação dos animais em modo de produção biológica, «para as quais já foram solicitadas as devidas autorizações comunitárias».
Já nos casos mais críticos identificados no que respeita aos aproveitamentos hidroagrícolas, estão em curso Planos de Contingência para 2023 e estão a ser realizadas diversas intervenções, as quais constam do Programa Nacional de Regadios e do Plano Regional de Eficiência Hídrica. Ao nosso jornal, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), estranha os atrasos perante a ameaça de perda que iremos enfrentar.
«O ministro francês prometeu que iriam garantir um caudal mínimo para rega para amortizar as perdas de produção, assinalou a necessidade de garantir a própria sobrevivência da planta e que é uma necessidade absoluta para assegurar a soberania alimentar de França. E avançou que o Governo cobrirá as perdas […]