O preço do arroz vai disparar na Guiné-Bissau após o Governo ter acabado com a subvenção estatal para moderar o custo ao consumidor e de acordo com os novos valores aprovados hoje em Conselho de Ministros.
O Governo de iniciativa presidencial convocou para hoje uma reunião extraordinária exclusivamente para discutir a Estrutura de Custo para a Importação de Arroz e fixar os preços máximos ao consumidor final.
De acordo com os preços fixados em Conselho de Ministros, o arroz nhelén cem por cento partido passa de 17.500 (26 euros) para 21.500 francos cfa (32 euros), e o saco de 50 quilos de arroz nhelén cinco por cento sobe de 22.500 (34 euros) para 24.000 francos cfa (36 euros).
Com esta decisão, os preços do arroz, a base alimentar da população guineense, praticamente voltam aos mesmos valores anteriores a agosto de 2023, data em que o Governo da coligação PAI-Terra Ranka tinha decidido baixar os preços para responder às dificuldades económicas da população.
O Governo demitido em dezembro de 2023 pelo Presidente, Umaro Sissoco Embaló, reduziu os preços, passando a subvencionar a importação, uma medida anulada, na quinta-feira, em Conselho de Ministros do executivo nomeado pelo chefe de Estado.
Com os preços finais ao consumidor aprovados hoje, a população da Guiné-Bissau vai pagar o arroz a valores idênticos aos praticados antes de agosto de 2023.
A revisão dos preços ocorre depois de vários dias de escassez de arroz no mercado guineense, com alguns analistas a anteciparem que o comércio estaria a armazenar produto à espera do aumento do preço.
O atual Governo justifica a decisão da subida com o custo para as contas do Estado com o modelo em vigor, sustentando que a situação económica interna não permite manter a subvenção à comercialização, que permitia preços mais baixos ao consumidor.
De acordo com números do Governo, desde agosto de 2023, em pouco mais de meio ano, a Guiné-Bissau já pagou “mais de quatro mil milhões de francos cfa [seis milhões de euros]” de subvenção.
O arroz é a base alimentar da população guineense, mas o país não produz para as necessidades, importando cerca de 150 milhões de toneladas por ano.