A decisão para a renovação da licença para a utilização do glifosato na agricultura da União Europeia, agendada para hoje, foi novamente adiada. Reunidos no Comité Permanente dos Vegetais, Animais e Alimentos para Consumo Humano e Animal, os representantes dos Estados Membros não alcançaram a maioria qualificada exigida. A renovação tem em vista a permissão da utilização do glifosato no espaço comunitário cuja licença em vigor termina já no final deste ano. Esta é a segunda vez, em menos de um mês, que este comité anuncia a indecisão, tendo a primeira vez acontecido no passado dia 25 de Outubro.
Para António Lopes Dias, director-executivo da Anipla,
“Estamos desapontados com a permanência da indecisão na União Europeia. Se e União Europeia tivesse sido fiel à evidência científica apresentada pelas suas agências já deveria ter sido validada a renovação da licença por 15 anos, e não estaríamos neste debate em que se discute o futuro de uma ferramenta essencial à agricultura.”
Segundo o responsável da Anipla, a abstenção não pode ser sempre solução,
“Apesar de compreender a abstenção de alguns países, pela impossibilidade de consenso na sua política interna, Portugal não deveria estar nesta posição. A interferência de interesses políticos numa decisão que devia ser científica, aumenta a confusão nos consumidores europeus, que esperam decisões firmes dos seus governantes.”
António Lopes Dias refere ainda a posição frágil das agência europeias, cujo parecer não é considerado. Para o director executivo da Anipla,
“Eu não queria estar na posição de Bernhard Url, Executive Director da EFSA, cujo parecer da agência oficial que gere foi novamente ignorado, apesar da evidência científica que apresentou. Algo de errado se está a passar.”
Perante esta situação e a aproximação do final da licença para o glifosato na UE, deverá ser anunciada a criação de um comité de recurso do SCOPAFF para breve, para que seja tomada uma decisão.
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