A APREN assinalou o Dia Internacional das Florestas com uma mesa redonda dedicada à “Importância da Biomassa no Mix Energético Nacional”. O evento realizou-se no Instituto Superior de Agronomia e contou com a participação da The Navigator Company e do CBE – Centro da Biomassa para a Energia.
No evento foi destacada a importância da biomassa, tanto na produção de energia elétrica como no aquecimento e noutras indústrias como a produção de papel e pastas de papel. Foi ainda realçada a responsabilidade da política pública na remoção e recolha da biomassa residual florestal e o custo da gestão dessa cadeia logística, tendo em conta todos os custos e prejuízos evitados por diminuir o risco de incêndio.
Os intervenientes destacaram ainda as várias utilizações da matéria-prima florestal, como a utilização dos cepos e eucalipto na biorefinaria (biofuel), na indústria do papel e na produção de compostos fitofarmacêuticos (antioxidantes, antimicrobianas e antitumorais).
Para António Sá da Costa, Presidente da APREN: “O acréscimo do uso de fontes de energia renovável aliado a medidas de eficiência energética, tem permitido reduzir o consumo e a importância de combustíveis fósseis, e contribuíram consequentemente, para o aumento da representatividade das energias renováveis no consumo final de energia em Portugal. Aliás, este cenário foi comprovado em março, o primeiro mês com consumo de eletricidade assegurado exclusivamente por fontes renováveis”.
No que respeita à Biomassa, Sá da Costa referiu que, “Portugal é um país com uma percentagem significativa de floresta e, neste sentido, considero que temos de potenciar esta matéria-prima, mas temos de fazê-lo de forma eficiente. É importante haver um aproveitamento eficaz da biomassa no nosso parque florestal e ao utilizarmos os resíduos da floresta estaríamos a contribuir para a diminuição do risco de incêndio e para a redução da sua dimensão, que poderiam ser mais pequenos e controlados. Mas, para que este cenário se verifique é necessário conjugar a limpeza com o ordenamento florestal”.
“Os incêndios devastadores de 2017 realçaram a necessidade de um melhor ordenamento do território e de um efetivo sistema de recolha da biomassa exclusivamente residual. Nesse sentido, destaco o novo Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios, que prevê, entre outras iniciativas, o desenvolvimento de novas centrais a biomassa, distribuídas pelos concelhos de maior potencial, antecipando-se que 2018 seja marcado por uma exploração sustentável da bioenergia nacional, conclui o Presidente da APREN.“
Para 2018 a APREN aguarda com grande expectativa, um grande desenvolvimento da eletricidade solar fotovoltaica e da bioenergia, condições essenciais para o aproveitamento do elevado potencial do nosso país na irradiação solar e na biomassa florestal.
Dados sobre evolução Biomassa em Portugal
A APREN e as Universidades
A APREN tem vindo a promover um ciclo de mesas redondas, a realizar em diferentes instituições de ensino superior em Portugal, para celebração dos dias temáticos relacionados com as fontes de energia renovável. Pretende-se assim consolidar a relação da associação com as universidades, através de um papel ativo na divulgação de informação sobre as energias renováveis, de uma forma pedagógica e envolvente.
Em 2015, a APREN criou a “marca” APREND, onde agrega todas as iniciativas deste género.
As florestas e a Biomassa
Os subprodutos florestais, quando queimados, são uma fonte de energia que pode ser usada em centrais térmicas para produzir eletricidade, tendo igualmente um importante papel na produção de calor. Usar os resíduos da floresta com este fim diminui o risco de incêndio, se a limpeza das florestas for conjugada com o ordenamento florestal.
Sobre a APREN
A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) é uma associação sem fins lucrativos, constituída em outubro de 1988, com a missão de coordenação, representação e defesa dos interessados comuns dos seus Associados (instituições, empresas e indivíduos interessados no desenvolvimento do setor Elétrico Renováveis).
A APREN desenvolve trabalho em conjunto com organismos oficiais e outras entidades congéneres, a nível nacional e internacional, constituindo um instrumento de participação nas políticas energética e ambiental através do aproveitamento e valorização dos recursos naturais para produções de eletricidade, nomeadamente nos domínios hídricos, eólico, solar, geotérmico, da biomassa, do biogás e dos resíduos sólidos urbanos.
Mais informação disponível em www.apren.pt
Sobre o ISA – Instituto Superior de Agronomia
O Instituto Superior de Agronomia (ISA) é, em Portugal, a maior e mais qualificada escola de graduação e pós-graduação em Ciências Agrárias, sendo o seu know-how reconhecido nacional e internacionalmente.
Com mais de 160 anos de experiência, adapta o seu ensino à evolução tecnológica e à realidade do País, apostando na qualidade e modernização do mesmo.
Integrada na Universidade de Lisboa desde 2013, fez parte da Universidade Técnica de Lisboa desde 1930, tendo, actualmente, cerca de 1700 alunos nos 3 ciclos de ensino, e conta com um corpo docente de 127 docentes e 44 investigadores, dos quais 161 são doutorados.
Mais informação disponível em www.isa.ulisboa.pt