Foi apresentado oficialmente em 3 de novembro de 2025, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) o relatório State of Food and Agriculture da FAO (SOFA) 2025 (SOFA) 2025.
A edição do SOFA 2025, intitulada “Abordando a degradação da terra em todas as escalas de propriedade”, centra-se no solo, marcando um avanço significativo ao colocar a degradação dos solos no centro da agenda agrícola global, reconhecendo que a terra não é apenas um meio de produção, mas um recurso limitado e vulnerável, que sustenta cerca de 95% da produção global de alimentos.
O relatório evidencia o impacto da atividade humana, e da agricultura em particular, na degradação dos solos e perda progressiva de produtividade, que em alguns casos conduz à total desertificação. Apresenta nova informação sobre como a degradação das terras agrícolas contribui para a diferença de rendimento em todo o mundo, nas opções de cultura e até mesmo de abandono da terra.
Aproximadamente 1,7 mil milhões de pessoas vivem em áreas onde os rendimentos das colheitas estão abaixo da capacidade devido à degradação humana dos solos, estimando a FAO que cerca de 1,66 mil milhões de hectares de terra em todo o mundo estão degradados por intervenção humana, com mais de 60% dessa área em terras agrícolas (culturas e pastagens). Cerca de 3,6 milhões de hectares de culturas agrícolas são abandonados anualmente por extrema degradação do solo.
Com base nos dados mais recentes, é disponibilizada informação sobre quem produz e onde se produz, bem como estatísticas detalhadas sobre a distribuição da área agrícola global e da distribuição da produção entre pequenas e grandes explorações. Embora as explorações de menor dimensão representem uma parte importante da produção alimentar em países de baixo e médio rendimento, as de grande escala detêm uma proporção muito superior da terra cultivável e dos recursos produtivos, tendo maior capacidade para adotar soluções integradas e tecnológicas, que mais tarde podem ser replicadas e adaptadas às pequenas unidades produtivas.
Também é salientada a importância da elaboração de políticas diferenciadas que abranjam medidas regulamentares e baseadas em incentivos, adaptadas às diversas condições e escalas de uso da terra, para evitar, reduzir e reverter a degradação da terra.
Na sessão de lançamento, o Diretor-Geral da FAO, Qu Dongyu sublinhou que “a degradação dos solos é uma crise silenciosa que mina a produtividade agrícola e compromete a segurança alimentar”. Apelou à adoção urgente de uma “agenda de solo” que integre justiça social, manutenção dos meios de subsistência rurais e aposta em políticas de longo prazo.
Destacou como a escala em que a terra é gerida molda tanto as limitações como as oportunidades para a adoção de práticas sustentáveis de uso e gestão da terra, sendo que nos países de rendimento mais baixo, o desafio é duplo: aumentar a produtividade de forma sustentável, garantindo simultaneamente que o crescimento não se faz à custa da degradação do solo. A pressão sobre a terra é agravada pela urbanização e industrialização, que constituem os usos mais intensivos do solo e, embora gerem maior valor económico e emprego, reduzem a área disponível para a agricultura.
Salientou que a restauração dos solos é um fator determinante para alcançar os “4 betters” — melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e melhor qualidade de vida, devendo ser encarada como um legado essencial a deixar às gerações futuras.
Ver mais informação
Fonte: GPP










































