O Governo dos Açores, através da Secretaria Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, valorizou hoje um protocolo de cooperação celebrado entre a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o anterior Executivo Açoriano, em novembro de 2018, com vista à elaboração e um estudo científico sobre a resistências a antibióticos em animais das espécies Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus, em São Miguel.
As conclusões do estudo estão agora publicadas na revista “Animals”, e são referenciadas no artigo “Antimicrobial Resistance and Genetic Lineages of Staphylococcus aureus from Wild Rodents: First Report of mecC-Positive Methicillin-Resistant S. aureus (MRSA) in Portugal” daquela publicação internacional.
O estudo científico em causa pretendia analisar detalhadamente a prevalência e os mecanismos de resistências a antibióticos de estirpes bacterianas de Staphylococcus aureus e MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina) em animais das espécies Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus capturados da ilha de São Miguel, que podem representar um perigoso vetor destas estirpes com potencial zoonótico.
No âmbito deste trabalho de investigação, foram detetados pela primeira vez em Portugal, isolados de MRSA mecC- positivos, tendo tal acontecido num animal da espécie R. norvegicus e em dois R. rattus, capturados na ilha de São Miguel, no âmbito do projeto “TROJAN RATS – Viajantes em Trânsito: Portos marítimos como pontos de entrada e disseminação de agentes patogénicos transmitidos por roedores”,
O estudo científico foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e é da responsabilidade da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
O Staphylococcus aureus é reconhecido como um dos mais importantes agentes patogénicos humanos oportunistas, sendo responsável por causar uma variedade de infeções.
O S. aureus resistente à meticilina (MRSA) é particularmente importante, uma vez que está a tornar-se cada vez mais prevalente na população e tem sido cada vez mais relatado entre animais silváticos, o que constitui um problema de saúde pública, devido ao seu potencial zoonótico.
Os dados obtidos têm uma importância de relevo para a conceção de programas de vigilância epidemiológica, prevenção e controlo, gestão antimicrobiana e para a escolha de estratégias de tratamento, tanto em medicina, como em medicina veterinária.
Nota enviada pelo Governo Regional dos Açores.