O Ministério da Agricultura e Pecuária do Equador considerou que os rasgos de tolerância a herbicidas em arroz, desenvolvidos por edição genética de precisão, são equivalentes aos obtidos por melhoramento convencional, permitindo o seu registro e comercialização sob as normas de sementes tradicionais.
O Ministério da Agricultura e Pecuária do Equador anunciou que certas características de tolerância a herbicidas em variedades de arroz, desenvolvidas através de edição genética de precisão, não contêm ADN recombinante nem elementos estranhos ao genoma da planta. Por essa razão, tais rasgos foram considerados “convencionais” e não serão sujeitos às normas aplicáveis aos organismos modificados geneticamente (OMG).
A decisão baseia-se num parecer técnico ao abrigo da Lei Orgânica de Agrobiodiversidade, Sementes e Fomento da Agricultura Sustentável, segundo o qual as melhorias introduzidas poderiam igualmente resultar de cruzamentos tradicionais, embora estes exijam prazos muito mais alargados e produzam resultados menos previsíveis.
O arroz representa um dos pilares da segurança alimentar no Equador. Em 2023, a produção superou 1,4 milhões de toneladas, assegurando o sustento de milhares de produtores e famílias rurais. Um dos grandes desafios na sua cultura é o controlo de invasoras, cujo impacto pode traduzir-se em perdas significativas de produtividade.
Neste contexto, a introdução de rasgos de tolerância a herbicidas — desenvolvidos pelo sistema de desenvolvimento rápido de rasgos (RTDS®) — promete ferramentas mais eficazes de gestão de infestantes. Espera-se assim reduzir custos com químicos, diminuir perdas de safra e optimizar o trabalho no campo.
Esta tecnologia de edição de genes, cada vez mais reconhecida internacionalmente pela sua precisão e rapidez, tem vindo a ser avaliada em diversos países. Ao classificar estes arrozais como convencionais, o Equador abre caminho à comercialização imediata de variedades melhoradas, o que poderá servir de modelo para futuras decisões regulatórias relativas a outras culturas editadas.
Com esta aprovação, o sector agrícola equatoriano ganha um importante aliado na luta contra as invasoras e reforça a aposta na biotecnologia vegetal como vetor de sustentabilidade e crescimento económico.
Mais informação em agrobio.org.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.