Promotores de uma carta aberta rejeitam que o fruto seja uma cultura intensiva, mas querem apurar a verdade sobre a planta
A União Empresarial do Algarve, AlgFuturo, publicou uma “carta aberta em defesa da honra e bom nome do Algarve e seus agricultores”, dirigida “aos responsáveis oficiais regionais e nacionais e outros detratores das culturas de regadio no Algarve, em particular a do abacate, que falsamente afirmam ser de caráter intensivo”.
Os subscritores, que incluem a Frusoal e a Madre Fruta, além de “membros das 29 associações aderentes e a título individual”, criticam “entidades oficiais regionais e nacionais” que “apontam ao abacate malefícios que não tem e escondem as suas muitas virtudes”.
Por esse motivo, a AlgFuturo assume o compromisso de “apurar e divulgar toda a verdade sobre o abacate/abacateiro”.
A associação considera “de extrema importância e gravidade” a “conduta dos detratores”, sem especificar, por terem “afrontado princípios essenciais da Carta da União Europeia, como são a parceria, participação e cooperação”, e não terem ouvido “as associações nem os agricultores”.
Salvaguardam que “na região há associações plurissetoriais e setoriais como a Frusoal e a Madrefruta (Organizações de Produtores, além de outras), com elevada capacidade e vontade de cooperar”.
Lembram que a AlgFuturo até recebeu um “louvor” do presidente da República e “duas distinções de parabéns pelo trabalho desenvolvido em prol do Algarve”, nomeadamente pela elaboração do Plano Económico para a região, acrescentam.
Em defesa da sua posição, detalham aspetos relacionados com os usos da água no Algarve, salientando que, “por um lado, as perdas do que escorre da serra e barrocal para o mar estimam-se em mais 1000 milhões de m3/ano, que soma às perdas nas degradadas canalizações municipais da ordem dos 15 m m3. Acrescem os gastos dos milhares de piscinas particulares, espaços verdes municipais, poupanças no consumo urbano, poupanças nos espaços verdes públicos, etc.”.
Concluem que, “o somatório aponta para um valor suficiente de água para regar cerca de 2000 ha de abacateiros”.
“A nossa posição é que se façam com rigor os levantamentos e depois se tomem globalmente medidas, sem estabelecer períodos de 90 ou 180 dias proibindo plantações novas, o que é mortal para a confiança dos investidores nacionais e estrangeiros”, sublinham.