Um grupo de jovens investigadores e engenheiros está a realizar um ensaio numa unidade de produção em Cerveira, em Viana do Castelo, para desenvolver ‘couro vegan’ a partir de cortiça, serradura e borras de café. De acordo com a Lusa, o objetivo é colocar esta solução ecológica no mercado já em julho de 2020.
Por detrás da ideia está a Tintex, empresa que assume ter como objetivo “construir uma nova geração de negócio na área do têxtil” e que pretende reaproveitar resíduos das indústrias da madeira, cortiça e café para criar um novo têxtil mais ecológico e que possa ser utilizado não só na indústria da moda, uma das mais poluidoras do mundo, mas também no setor automóvel.
Ricardo Silva, diretor de operações da Tintex, explica em declarações à Lusa que neste momento a companhia tem já vários parceiros interessados em comprar este ‘couro vegan’, nomeadamente no mercado internacional, com os países nórdicos a revelarem-se os mais interessados.
“Temos uma equipa muito forte cá dentro. Neste momento temos cinco pessoas alocadas exclusivamente à inovação e a descobrir coisa novas, entre cientistas, engenheiros, biomédicos”, revela. “O departamento de inovação e sustentabilidade nasceu para certificar a empresa em vários ‘standards’, seja cooperativo, seja de produto, mas rapidamente a área da inovação com projetos estruturados começou a crescer e fez-se a separação, com a área da sustentabilidade, muito focada nas novas tecnologias e novos processos”, acrescenta.
O responsável revela ainda que a nova tecnologia para criar ‘couro vegan’ vai permitir criar um revestimento com propriedades específicas ao nível estético, tátil e de performance (impermeabilização) que poderá ser utilizado como revestimento de sofás, cadeiras, chapéus, mesas, paredes, estofos dos carros, vestuários ou calçado.