O pão de Ul, freguesia de Oliveira de Azeméis, representa um ofício artesanal que, ainda hoje, é identitário da região. Lurdes Resende é uma das poucas padeiras em atividade e a presidente da APPUL, associação que quer salvaguardar este saber passado de geração em geração ao longo dos anos. “Da Terra à Mesa” é um projeto Boa Cama Boa Mesa que dá a conhecer os produtos portugueses a partir de histórias inspiradoras e de sucesso, desde a produção até ao consumidor, em casa ou no restaurante
Rodeada por riachos, a freguesia de Ul, em Oliveira de Azeméis, sempre esteve ligada ao fabrico de pão. “São famosos nesta terra os moinhos de água, cuja existência vem de muito longe. Documentos do século XVIII já atestam a sua presença em terras de Ul”, lê-se no site da autarquia, onde se explica que “os moinhos de Ul e as padarias tradicionais representaram o passo inicial para o desenvolvimento, em que as atividades dos moleiros e das padeiras, ambas de igual sobrenome, tiveram grande influência.”
Feito com farinha de trigo “sem aditivos”, fermento, água e sal, o pão de Ul é obrigatoriamente cozido em forno a lenha e é essa uma das suas características mais distintivas. “Uso lenha de pinheiro, mas não é isso que está em causa”, explica Lurdes Resende, padeira de 69 anos. “É o lar do forno, que é de barro, e que por isso atinge temperaturas muito altas”. O mesmo acontece com a regueifa doce, com um toque de canela, outro dos símbolos de Ul, que ganha um sabor singular graças à cozedura em forno a lenha.
Neste ofício desde cedo, tal como a mãe e a avó, Lurdes cresceu a amassar e a tender. Na casa onde mora faz também o pão, de segunda a sexta-feira, a partir das duas horas da madrugada. “Os clientes estão sempre à esperinha do pão.” Mas não o faz sozinha, promovendo […]
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