Ouvi o anúncio do “fumo branco” no rádio do trator, quando estava a terminar as sementeiras do milho. Por curiosidade, o fumo branco contém lactose, mais uma utilidade do leite.
Ouvi o nome do novo Papa no rádio do trator, já abrigado no armazém. Acompanhei a evolução do apagão também via rádio, dentro do trator, primeiro a semear milho, depois a enfardar erva. Notícias nunca me faltaram.
Tal como na estrada, a rádio é a companhia de quem anda no campo, sobretudo nestas alturas de longas horas no trator a colher, lavrar ou semear. Rádios nacionais ou locais, com vários tipos de música, com mais ou menos informação. Pessoalmente, dou prioridade à informação e vou alternando entre rádios quando o noticiário já se torna repetido e juntando alguma música.
As redes sociais espreitam-se nos intervalos, porque a atenção é precisa no trabalho, para que as lavouras e sementeiras não fiquem tortas, porque o autoguiamento por GPS ainda é muito raro.
Não foi preciso faltar a luz para descobrirmos a rádio, entre o os agricultores. É a nossa primeira companhia nestas longas jornadas. Obrigado aos animadores, técnicos e a todas as equipas que mantêm a rádio “no ar”.
O artigo foi publicado originalmente em Carlos Neves Agricultor.