Recuperar populações de animais é chave para vivermos em harmonia com os limites do planeta.
Reintroduções são momentos mágicos para quem trabalha em conservação e restauro da natureza, ocasiões solenes para educação ambiental e uma das melhores soluções para reverter a perda de biodiversidade e bioabundância. Mas o que se entende por reintroduções? Porque são importantes? E que animais ou plantas reintroduzir?
Reintroduções são, segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), “um movimento mediado pelo ser humano de organismos vivos de uma zona para outra”. Pode haver quatro tipos: reforços populacionais (para reforçar uma população ameaçada), reintrodução (para recuperar a distribuição histórica de uma espécie), migrações assistidas (movimento de uma espécie para uma nova área, fora da sua distribuição histórica) e substitutos ecológicos (solta de uma animal para desempenhar uma determinada função no ecossistema). Movimentos de animais são processos complexos, que devem ser desenhados para minimizar o stress nos animais e maximizar a probabilidade de sucesso, e as comunidades locais devem ser sempre consultadas.
Recuperar populações de animais é a chave para vivermos em harmonia com os limites do planeta. Ecossistemas funcionais armazenam grandes quantidades de carbono, filtram excesso de nutrientes e vários tipos de poluição, previnem e mitigam o efeito de incêndios e ajudam a armazenar água na paisagem. Mais do que apenas colocar animais em sítios onde desapareceram (reintrodução) e mover animais para sítios onde são pouco abundantes (reforço populacional), numa época de alterações climáticas é também importante mover espécies para novas zonas (migração assistida) e restaurar funções perdidas (substitutos ecológicos).
Inúmeras vezes o regresso de animais também cria oportunidades […]