Duas novas variedades de arroz geneticamente editadas, desenvolvidas na Índia, prometem revolucionar a agricultura: rendem mais, usam menos água, resistem melhor à seca e ajudam a mitigar os efeitos das alterações climáticas. As variedades DRR Dhan 100 e Pusa DST 1 já estão recomendadas para cultivo comercial em todo o país.
A investigação agrícola indiana acaba de dar um passo decisivo para enfrentar os desafios da segurança alimentar e das alterações climáticas. Os investigadores lançaram as primeiras variedades comerciais de arroz geneticamente editado do mundo: DRR Dhan 100 (Kamala) e Pusa DST 1. Estas variedades inovadoras, criadas com recurso à tecnologia de edição genética CRISPR-Cas, oferecem até 25% mais rendimento, requerem menos água e são mais resistentes à seca e à salinidade.
A variedade DRR Dhan 100 amadurece até 20 dias mais cedo que a sua antecessora, permitindo aos agricultores pouparem em média três regas por época, o que equivale a milhares de milhões de metros cúbicos de água poupada. Produz mais grãos por hectare, resiste melhor às chuvas intensas e reduz as emissões de gases com efeito de estufa em 20%, devido à maior eficiência no uso de fertilizantes.
Já o Pusa DST 1 foi pensado para solos mais difíceis, incluindo zonas costeiras salinas e áreas interiores alcalinas. Graças à edição do gene DST (tolerância à seca e salinidade), esta variedade consegue prosperar onde outras falham, com um aumento de rendimento de até 30% nessas condições extremas.
Ambas as variedades foram desenvolvidas através da técnica CRISPR SDN1, que edita genes existentes sem introduzir ADN estranho, o que poderá facilitar a aceitação pública e regulamentar destas culturas. Esta tecnologia permite também acelerar consideravelmente o processo de melhoramento genético.
Com a Índia a ocupar o segundo lugar entre os maiores produtores e consumidores de arroz do mundo, a adoção em larga escala destas variedades poderá reduzir drasticamente o uso de água e as emissões agrícolas, ao mesmo tempo que garante mais alimento para uma população em crescimento.
Estes avanços representam um exemplo inspirador de como a ciência pode ser uma aliada da sustentabilidade, abrindo caminho para uma agricultura mais eficiente, resiliente e amiga do ambiente.
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O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.