Num ano promissor para os vinhos, o Douro vive uma grave crise. A situação está a alarmar o setor, que vai tentar reunir na próxima segunda-feira com a ministra da Agricultura.
Os vinicultores não estão a conseguir vender as uvas às grandes casas que lhes escoavam a produção. Sem alternativas, muitos estão a entregar a colheita a quem as recebe. E não há preço nem dia para receber.
António Correia tem 10 hectares de vinha e nunca teve dificuldade em vender as uvas, até este ano quando viu a primeira colheita ser rejeitada na adega para onde vende habitualmente toda a produção.
À última hora teve que fazer vinho por conta própria e conseguiu vender a restante produção. Falta é saber a que preço.
“Não sabemos quanto vão pagar, nem quando. Continuamos num submundo em que entregamos as uvas e pagam aquilo que quiserem”, lamenta o viticultor.
Esta é a situação de muitos profissionais no Douro. Há muito tempo já se debatiam com a desvalorização do preço da uva. Mas este ano o problema maior é mesmo arranjar quem lhes compre a produção.
“Há gente a chorar à porta de adegas”, para tentar evitar prejuízos, conta o presidente da Adega Cooperativa de Favaios, Rui Paredes.
Os viticultores sentem-se desesperados e viram-se para as cooperativas que têm absorvido grande parte da produção.
Produtores querem reunião com ministra
A situação está a alarmar o setor da produção no Douro, que vai tentar reunir na próxima segunda-feira com a ministra da Agricultura para pedir ajuda para encontrar uma solução.
O objetivo é, pelo menos, estabelecer uma tabela para o preço das uvas, para que os viticultores possam saber que o trabalho duro que enfrentam durante o ano vai ser pago.