“Matar o mundo rural não é a solução”. Quem o diz é a direcção da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal, que “repudia o radicalismo do Reitor da Universidade de Coimbra”, que decidiu eliminar a carne de vaca das cantinas.
Aqueles agricultores manifestam “a sua total oposição à decisão claramente autoritária e populista do reitor da Universidade de Coimbra em eliminar o consumo de carne de vaca das cantinas universitárias a partir de Janeiro de 2020, não só porque tal decisão, de duvidosa legalidade, castra a liberdade de escolha das pessoas, mas também contraria a Dieta Mediterrânica, sem ter uma adequada sustentação científica”.
Sector estratégico para a economia nacional
A Confagri explica, em comunicado que,”o alegado benefício invocado de “emergência climática” não pode justificar o prejuízo que esta acção irá acarretar a todo um sector”.
“As necessárias mudanças de comportamentos face às alterações climatéricas têm de ser feitas com responsabilidade e consciência social, não de forma demagógica e radical. A descarbonização, sendo meta a perseguir até 2050, deve assentar no que se refere à produção bovina, em bases científicas e não em tiradas populistas sem qualquer suporte científico”, refere o presidente da Confagri, Manuel dos Santos Gomes.
Principal captador de carbono e fixador de populações
Para a Confederação, a agricultura “não pode ser encarada apenas como parte do problema, mas também como evidente solução, porque a floresta, a pecuária, o olival entre outras actividades contribuem significativamente para a captura de carbono, logo, o processo de descarbonização também se faz com o recurso à agricultura e com os agricultores”.
Também no combate à desertificação do interior, “a agricultura e a pecuária têm um papel fundamental na fixação das pessoas, na criação de emprego e também no crescimento da economia social”, realça o mesmo comunicado.
Agricultura e Mar Actual