A Comissão Vitivinícola Regional dos Açores (CVR) vai passar a emitir pareceres técnicos para o Governo sobre o controlo da genuinidade e qualidade dos vinhos não certificados produzidos e/ou engarrafados na região.
A direção regional do Desenvolvimento Rural e a CVR dos Açores assinaram um protocolo, a que a agência Lusa teve acesso, que visa “estabelecer mecanismos de cooperação entre estas duas entidades no sentido de assegurar que seja devidamente controlada a genuinidade e a qualidade dos vinhos não certificados e a defesa interna e externa dos mesmos”.
Cabe à CVR dos Açores controlar a produção, o comércio e de certificação de vinhos com a Denominação de Origem ou Indicação Geográfica no arquipélago.
A região possui 37 vinhos certificados, 14 produtores, três castas nobres e três regiões demarcadas: Biscoitos, na ilha Terceira, Graciosa e Pico.
O protocolo estabelece que a CVR Açores passa a emitir parecer técnico sobre a rotulagem dos vinhos e produtos vitivinícolas produzidos e/ou engarrafados nos Açores “previamente à sua aprovação e posterior utilização no mercado”.
Aquela entidade fica ainda dotada da capacidade de emitir parecer sobre a “verificação do cumprimento das condições necessárias para a utilização de quaisquer rótulos que contenham menções ou imagens alusivas” à região, bem como de verificar o “cumprimento dos requisitos necessários à classificação das parcelas de vinha propostas pelos viticultores como aptas à produção dos produtos vitivinícolas”.
O secretário regional da Agricultura e Florestas, na assinatura do protocolo, na quarta-feira, na ilha do Pico, referiu que “um dos objetivos centrais (do Governo Regional) será a salvaguarda da genuinidade e autenticidade dos vinhos dos Açores”.
Para João Ponte, citado pelo gabinete de imprensa do Governo Regional, o protocolo, assinado no Laboratório Regional de Enologia, constitui “mais um contributo do executivo com vista à defesa da autenticidade dos vinhos açorianos, através do reforço do controlo que será feito pela CVR Açores à rotulagem dos vinhos não certificados produzidos ou engarrafados na região”.
O governante reuniu, entretanto, com a direção da Cooperativa Vitivinícola do Pico, tendo referido que outros dos objetivos do executivo açoriano é “atrair para esta ilha mais investidores” para a transformação das uvas, dado o “enorme potencial que existe neste momento em termos de produção de vinho, que ultrapassará nos próximos anos a capacidade de transformação instalada”.
Desde 2014, já foram aprovados projetos no âmbito do Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha (VITIS) no valor de 21 milhões de euros, que permitiram reconverter e preservar cerca de 800 hectares de vinha nos Açores, segundo o executivo açoriano.