O comissário europeu da Agricultura desloca-se esta semana a São Paulo, no Brasil, para promover produtos da União Europeia (UE), acompanhado por 77 empresas agroalimentares de 19 Estados-membros, quando se finaliza o acordo com o Mercosul.
“Esta semana [entre terça e quinta-feira], o comissário da Agricultura e Alimentação, Christophe Hansen, estará em São Paulo, no Brasil, com uma delegação de empresas agroalimentares da UE para promover os produtos europeus e aproveitar novas oportunidades de exportação”, anunciou hoje o executivo comunitário em comunicado.
“Através de uma série de sessões de trabalho e visitas, a viagem ajudará os exportadores agroalimentares da UE a estabelecer ligações comerciais e a expandir a sua presença no mercado brasileiro, que tem um forte potencial de crescimento como destino das exportações da UE”, adianta a instituição.
Segundo a Comissão Europeia, Christophe Hansen estará acompanhado por mais de 77 empresas agroalimentares de 19 Estados-membros, representando os setores da carne, vinhos e bebidas espirituosas, frutas e legumes e produtos agrícolas transformados.
Na terça e na quarta-feira, haverá um seminário sobre acesso ao mercado, visitas a locais de retalho e intercâmbios a fim de facilitar a expansão da presença das empresas da UE no Brasil.
Na quinta-feira, o comissário europeu reúne-se com o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Brasil, Luis Rua, discursa no Fórum Empresarial e encontra-se com representantes do setor agrícola brasileiro.
A deslocação surge quando se espera que, até final do ano, seja oficializado o acordo comercial entre a UE o Mercado Comum do Sul (Mercosul), que se encontra concluído em termos de negociações, mas ainda não em vigor.
Após o anúncio do fim das negociações em dezembro de 2024, o texto está a percorrer etapas necessárias antes da assinatura formal, como a revisão jurídica e tradução.
Depois disso, cada país terá de ratificar o acordo, segundo os seus procedimentos internos, o que pode atrasar a sua entrada em vigor pois persistem obstáculos políticos e ambientais, com países como a França a considerarem o texto inaceitável nas condições atuais, sobretudo por questões agrícolas e de sustentabilidade.
A UE e os países do Mercosul tentam finalizar aquele que será o maior acordo comercial e de investimento do mundo, que servirá um mercado de 700 milhões de consumidores, no âmbito do reforço da cooperação geopolítica, económica, de sustentabilidade e de segurança.
O acordo abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.