O comissário Europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Chrystos Stylianides, pediu desculpa aos portugueses pelo falhanço da ajuda europeia no combate aos incêndios de 2017.
Durante os incêndios de 2017, Portugal pediu ajuda europeia, mas o primeiro avião só chegou 4 dias depois. Dois anos depois dos trágicos incêndios, nos quais morreram mais de 100 pessoas, está por fim operacional o novo sistema de ajuda do Mecanismo Europeu de Portecção Civil, o RescEU. Os meios aéreos estão a ser apresentados esta semana em Madrid.
O comissário cipriota confessou, num encontro informal com os jornalistas, que o facto de não ter conseguido dar uma resposta a Portugal no combate aos incêndios de 2017 foi a situação mais dolorosa da sua vida.
No âmbito do RescEU, será criada uma nova reserva de capacidades a nível europeu, incluindo aviões de combate florestal, bombas de água especiais, centros de busca e salvamento urbanos e hospitais de campanha e equipas médicas de emergência.
Johannes Luchner, diretor da agência europeia de Proteção Civil e de Operações de Ajuda Humanitária (ECHO), admitiu que não espera que, nesta fase, Portugal contribua para a missão, que conta já com 13 meios aéreos: sete aviões e seis helicópteros da Croacia, Fraça, Espanha, Italia e Suécia.
“Na atual situação não há qualquer expectativa que Portugal ponha dois [helicópteros] Kamov no sistema e ceda dois terços da sua frota. O que Portugal ou outro qualquer país membro esteja disposto a contribuir, é inteiramente com o estado-membro”, clarifica Johannes Luchner.
De acordo com o diretor da ECHO, a “principal preocupação não é a resposta”, mas sim a prevenção. “É saber o tipo de madeira que temos em Portugal. É o cadastro da floresta. É se as pessoas tomam conta destas florestas”.
“Economicamente, a prevenção é a melhor coisa que se pode fazer”. Johannes Luchner exploca que se houver um investimento de um euro em prevenção, poupam-se entre três e onze euros em combate, dependendo do desastre natural.
Até agora, estavam a ser gastos 136 milhões de euros dos contribuintes europeus neste sistema. O orçamento que a Comissão propôs até 2027 é de 1.4 mil milhões de euros, cerca de 200 milhões por ano.