Os empresários parecem estar ligeiramente mais otimistas no arranque deste ano, face aos meses anteriores, enquanto os consumidores continuam a intensificar o seu pessimismo em relação à economia portuguesa. É isso que sinalizam os indicadores de clima económico e da confiança dos consumidores até março, segundo os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira, 28 de março.
O indicador de clima económica subiu pelo segundo mês consecutivo em março, atingindo os 2,3% (média móvel de três meses), o valor mais elevado desde novembro de 2018, o que sinaliza uma melhoria das perspetivas dos empresários. Este indicador sintético publicado pelo INE resulta das respostas qualitativas das empresas da indústria, serviços e construção.
A confiança dos empresários também diminuiu seja na indústria, na contrução, no comércio ou nos serviços. Em termos gerais, esta degradação resulta do contributo negativo das perspetivas de produção, opiniões sobre a procura global e apreciações sobre a evolução dos stocks. No caso específico da construção a redução do indicador de confiança acontece depois de em fevereiro ter atingido um máximo de 17 anos.
Estes são sinais agridoces para a evolução da economia portuguesa no primeiro trimestre deste ano. Na semana passada, tanto o indicador de atividade económica de janeiro do INE como o indicador coincidente de atividade económica de fevereiro do Banco de Portugal sinalizaram uma melhoria do ritmo de crescimento de Portugal graças à aceleração do investimento. “Estes indicadores sugerem que o ritmo de crescimento económico se manterá em níveis significativos no primeiro trimestre de 2019”, concluíam os analistas do BPI na publicação “Pulso Económico”.
Contudo, ainda é cedo para tirar conclusões dado que será em maio que o INE divulgará o PIB do arranque de 2019. E, para já, a envolvente externa, em particular da Zona Euro, a que Portugal está bastante exposto, não dá sinais de melhoria. Pelo contrário, os indicadores revelados até ao momento apontam todos para a continuação da travagem económica sentida no segundo semestre de 2018.