“Vivemos um momento de incerteza. Não fazemos ideia do que vai acontecer, se vai haver saída negociada ou abrupta”, comenta Capoulas Santos, ministro da agricultura, a margem da visita de ontem ao stand da Portugal Fresh, associação que representa a fileira das frutas e legumes nacionais, na Fruit Logistica, a maior feira mundial da área, que decorre em Berlim até sexta-feira.
“Acredito que se vai encontrar uma solução política”, diz o ministro da Agricultura, lembrando que o Governo tem um plano de contingência para fazer face ao Brexit.
Gonçalo Santos Andrade mostra-se confiante que o Reino Unido continuará a absorver as frutas e legumes nacionais. “O Reino Unido, seja qual for a solução encontrada, deverá permiti o volume de negócios atual. Vão continuar a comer frutas e legumes”, diz o presidente da Portugal Fresh. “Temos produtos saudáveis de muito boa qualidade que os consumidores do Reino Unido muito valorizam”, reforça.
“Se houver uma saída menos agradável teremos de saber encontrar soluções”, continua. “Não acredito que o Reino Unido não continue a ser o terceiro ou quarto mercado para produtos nacionais”, diz.
“A minha principal preocupação sobre este tema e a incerteza. Acredito que mesmo sem acordo as exportações continuem. E que mesmo sem um acordo global, Portugal, até pelas alianças estratégicas que mantém com Inglaterra, poderá ser um país privilegiado”, Miguel Barbosa, director-geral da Luís Vicente.
“Temos estado atentos. A Inglaterra e um mercado importante para nós, mas temos outros mercados”, diz o responsável da empresa. As exportações representam 25% do volume de negócios da Luís Vicente que fechou o ano passado com 75 milhões de euros de faturação, mais 7% do que há um ano.
O fecho do ano passado ainda não é conhecido, mas até novembro o Reino Unido era o terceiro mercado de exportação para as frutas e legumes nacionais, tendo gerado 133,6 milhões de euros em receitas, mais 4,9% do em relação a período homólogo de 2017.