O chefe da diplomacia do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pretende assinar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul em 20 de dezembro.
Mauro Vieira assegurou aos jornalistas, na quarta-feira, que a assinatura do acordo foi discutida durante o encontro realizado em Belém entre Von der Leyen e o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
“A presidente da Comissão reafirmou a sua certeza, a sua convicção e a sua firme esperança de que o acordo será assinado no final do ano (…), altura em que se realizará a cimeira do Mercosul”, declarou o ministro das Relações Exteriores.
A cidade do Rio de Janeiro vai receber a 20 de dezembro a 42.ª cimeira dos chefes de Estado do Mercosul, bloco que inclui Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
Mauro Vieira descreveu ainda como excelente o encontro com Von der Leyen, que está em Belém (nordeste) para participar na reunião de chefes de Estado e de Governo que antecede a cimeira climática da ONU (COP30), que começa na segunda-feira.
O ministro disse esperar que a crise venezuelana seja abordada durante o encontro entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em 09 e 10 de novembro, na cidade colombiana de Santa Marta.
Vieira desvalorizou o impacto das ausências previstas de vários líderes europeus neste encontro, afirmando que o número de participantes confirmados é significativo e está em linha com reuniões anteriores.
O acordo comercial entre a UE e o Mercosul, alcançado após uma negociação que durou 25 anos, foi assinado em dezembro de 2024, mas ainda carece de uma validação final.
O acordo propõe que, de uma forma geral, as barreiras alfandegárias entre os dois blocos sejam progressivamente eliminadas ao longo de um período de transição de 10 anos.
Ainda assim, alguns produtos considerados mais sensíveis terão o prazo de transição estendido para 15 anos.
O acordo vai abranger 90% dos produtos comercializados, sendo que, para os restantes, também vão ser introduzidas algumas medidas, como um máximo de tarifa a aplicar.
O acordo determina também que não podem existir monopólios de importação ou exportação.
Este será o maior acordo comercial e de investimento do mundo, que servirá um mercado equivalente a 25% da economia global, com 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.
Após relações diplomáticas tensas aquando da Presidência de Jair Bolsonaro, quando Lula da Silva voltou ao cargo, em 2023, os laços UE-Brasil ganharam novo dinamismo, sendo que a conclusão das negociações do acordo UE-Mercosul, em dezembro de 2024, veio dar um novo impulso.











































