Os Bombeiros Profissionais voltam a manifestar-se nas ruas de Lisboa. É uma derradeira tentativa para influenciar diplomas que o Governo tem praticamente fechados, como é o caso do regime de aposentação da Função Pública e o Estatuto que cria a carreira única.
A concentração, que está marcada para as 16h00, decorre entre Santos e a Assembleia da República, onde uma delegação de ANBP/SNBP vai entregar um memorando ao presidente da Assembleia da República.
A principal queixa está relacionada com as aposentações, uma vez que o Governo se prepara para passar a reforma dos Bombeiros Profissionais dos 50 para os 55 anos.
Fernando Curto diz que é um erro prolongar a vida operacional destes homens e lamenta que o Governo não tenha optado por criar a situação de reserva durante cinco anos, tal como acontece, por exemplo, na GNR.
O presidente da Associação dos Bombeiros Profissionais ainda está “esperançado” que haja alguma alteração.
“Até aos 50 anos a atividade e o esforço físico é muito grande. Depois desta idade, subir umas escadas de 45 metros, fazer um salvado com uma idosa de 60 quilos, 70 quilos ou mais é uma atividade muito complicada. É uma alteração lógica naquilo que tem a ver com a aposentação e com a disponibilidade física que os bombeiros têm que ter para prestar socorro”, explicou.
A outra reivindicação que está na origem desta manifestação é o Estatuto da Carreira de Bombeiro Profissional, já aprovado em Conselho de Ministros, mas ainda aberto a contributos externos.
Neste caso, Fernando Curto saúda a criação do Estatuto – até porque vinha sendo exigido há cerca de 10 anos -, mas lamenta que a oportunidade tenha sido mal aproveitada.
O dirigente associativo diz que o Ministério da Administração Interna esqueceu-se de incluir várias especialidades dentro da proteção e socorro.
“O Estatuto prevê um estatuto único para os sapadores, para os bombeiros municipais, para a força especial de bombeiros (FEB) e para os sapadores florestais que vão ser criados no âmbito do Ministério da Agricultura. Isso está resolvido. Mas os bombeiros profissionais podem ser sapadores, mas podem ser da FEB, podem ser especialistas em meio aquático, ou em aviões, mas têm que tem um estatuto único. E há as vertentes da formação, telefonistas, operadores, ou seja, toda essa uniformização tem que ser feita, para que o sistema responda melhor”, alerta.
Se este Governo não corrigir o Estatuto, a associação deixa desde já o aviso ao próximo de que vai ter esta reivindicação em cima da mesa.