MERCADO EUROPEU
Já não se fala na pandemia, mas em termos de perturbações no mercado, ainda é o fator que mais afeta a normalidade da produção de carne nos matadouros do norte da Europa.
Acrescido a isso, vemos os brutais aumentos de todos os serviços energéticos, somando o dos fatores produção como fertilziantes e cereais, o que irá levar ao menor poder de compra dos consumidores europeus, quebra do índice de confiança, desemprego e redução do consumo…o ano 2022 vai ser muito duro.
Com tudo isto, a quebra do efetivo suinícola europeu está a fazer-se refletir no aumento dos preços internos, ainda assim manifestamente insuficiente para fazer face à escalada dos custos de produção.
Vejamos então o que nos indicam as diversas Bolsas europeias para esta semana:
Analisando estes valores, segundo equivalências teóricas, teremos em euros/kg peso vivo para a semana 11/2022 (14/03 a 18/03): Espanha 1,29; França 1,25; Alemanha 1,37; Países Baixos 1,16; Bélgica 1,44; Dinamarca 1,04.
Tendência Geral:
A conjuntura atual está a criar uma situação de difícil gestão para os matadouros. Com os elevados custos energéticos, há que abater o maior volume possível para manter a operação em contínuo, mas já faltam muitos porcos para se manter esta situação durante muito mais tempo. Por outro lado, não se consegue reproduzir na carne o aumento do preço dos porcos (que por sua vez também não reproduzem o aumento dos custos de produção). Está-se perante uma perda de valor generalizada a toda a fileira onde, no ponto final, o retalho resiste ao máximo em aumentar o preço da carne.
No mercado externo o Japão está com um grande ímpeto importador, assim como a Coreia do Sul. Já na Europa a Comissão parece mostrar abertura para apoiar a armazenagem privada…agora, com preços altos dos porcos e máximos históricos do preço da energia. Que matadouros vão querer congelar?
O artigo foi publicado originalmente em FPAS.