Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 31 de outubro, apontam para a reversão da situação de seca meteorológica na maior parte do território continental, persistindo apenas a classe de seca fraca em 12,8%, nos distritos de Setúbal, Beja e Faro.
A colheita das pomóideas está concluída, com um balanço negativo na pera, pelo segundo ano consecutivo (30%, face à média do último quinquénio). Na maçã, a produção de Trás-os-Montes compensou a quebra registada no Oeste, sendo a produção global mais próxima do esperado (-3%, face à média do último quinquénio). No kiwi, a precipitação promoveu a recuperação e o aumento do calibre dos frutos, prevendo-se uma produção próxima da obtida nos dois últimos anos. Destaque para a maior produção de sempre de amêndoa (53 mil toneladas), devido à entrada em produção cruzeiro de muitos pomares, maioritariamente instalados no Alentejo. Em contrapartida, na castanha, as condições meteorológicas promoveram o desenvolvimento da septoriose, devendo, pelo segundo ano consecutivo, registar decréscimos significativos de produção (-33%, face à média do último quinquénio).
O final da campanha das culturas de primavera de regadio confirmou produções superiores ao ano passado, com a produção do tomate para a indústria a rondar 1,68 milhões de toneladas (+32%), o milho para grão a aumentar 5% e o arroz 10%.
Na vinha, as perspetivas de quantidade e qualidade são boas, com uma estimativa de produção próxima dos 7,3 milhões de hectolitros, a maior desde 2006.
Gado, aves e coelhos abatidos
O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em setembro de 2023 foi 34 130 toneladas, o que correspondeu a um decréscimo de 8,2% (-4,5% em agosto), resultante do menor volume de abate registado em todas as espécies: bovinos (-1,9%), suínos (-9,5%), ovinos (-30,2%) e caprinos (-43,5%), tendo para os equídeos sido observada uma manutenção. O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 32 503 toneladas, o que representou um acréscimo de 3,9% (+2,4% em agosto), com registo de um maior volume de abate de galináceos (+1,7%), perus (+3,1%) e patos (+108,2%).
Produção de aves e ovos
O volume de frango teve um aumento de 24,2%, com uma produção que totalizou 29 661 toneladas (+7,1% em agosto), tendo em número de cabeças crescido 21,2% (+5,8% em agosto). A produção de ovos de galinha para consumo registou também um aumento de 6,5% (+0,2% em agosto), com 10 208 toneladas produzidas.
Produção de leite e produtos lácteos
A recolha de leite de vaca foi 147,0 mil toneladas, um aumento de 6,0% comparativamente ao homólogo (+3,3% em agosto). O volume total de produtos lácteos assinalou igualmente um acréscimo de 4,8% (+0,8% em agosto), justificado pela maior produção de leite para consumo (+5,8%), leites acidificados (+0,2%), manteiga (+27,4%) e leite em pó (+50,9%).
Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal aumentou 14,3% (-20,2% em agosto), justificado pela maior captura de peixes marinhos (nomeadamente cavala, biqueirão e carapau e carapau negrão), bem como de moluscos e crustáceos. Às 15 971 toneladas de pescado correspondeu uma receita que totalizou 31 652 mil euros, valor que representou também um acréscimo de 8,8% (-12,2% em agosto).
O preço médio do pescado descarregado foi 1,89 Euros/kg, ou seja, uma diminuição de 6,2% (+9,8% em agosto).
Preços e índices de preços agrícolas
Em outubro de 2023, as variações mais significativas no índice de preços de produtos agrícolas no produtor foram observadas nos frutos (+20,3%), aves de capoeira (+4,5%) e batata (-13,8%).
Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se nos frutos (+11,0%) e hortícolas frescos (-12,8%).
Em setembro de 2023, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou um decréscimo de 0,7% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) registou uma variação positiva de 1,4%.
Relativamente ao mês anterior, verificou-se um acréscimo de 0,5% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente enquanto que, no índice de preços de bens e serviços de investimento, a variação foi pouco significativa.
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O artigo foi publicado originalmente em INE: publicações.