Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 31 de maio, apontam para um ano agrícola novamente marcado pela seca que atinge 99,9% do território do Continente, dos quais 35,2% em seca severa ou extrema (praticamente todo a sul do Tejo). A campanha cerealífera de outono/inverno deverá ser das piores, com as searas a apresentarem povoamentos ralos, palhas e espigas curtas e deficiências no enchimento do grão. Também as pastagens e forragens foram consideravelmente afetadas, sendo as disponibilidades forrageiras insuficientes para assegurar a alimentação de muitos efetivos pecuários a sul do Tejo, observando-se um aumento na procura de alimentos conservados num cenário de escassa oferta, com os preços a duplicarem face a 2022.
A instalação das culturas de primavera/verão tem decorrido normalmente, com a campanha de regadio assegurada em 60 albufeiras hidroagrícolas, mantendo-se 5 com restrições de utilização de água de rega desde o ano passado. A superfície de arroz deverá aumentar 5%, devido à conclusão das obras nos canais do aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sado. No tomate para a indústria, contrataram-se 17,7 mil hectares entre a indústria e os produtores, o que corresponde a um aumento de 16%, face à área declarada no Pedido Único de 2022. Quanto ao milho para grão de regadio, não se preveem alterações de área face a 2022.
Os pomares de cerejeiras foram muito prejudicados pelas condições meteorológicas adversas, devendo registar quebras de produtividade de 50%. Em contrapartida, as elevadas temperaturas não afetaram o desenvolvimento vegetativo dos pessegueiros, devendo a produtividade ser próxima dos valores normais.
Gado, aves e coelhos abatidos
O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em abril de 2023 foi 33 259 toneladas, o que correspondeu a um decréscimo de 9,4% (-15,6% em março), resultante do menor volume de abate registado nos bovinos (-11,9%), suínos (-6,5%), ovinos (-41,8%) e caprinos (-41,5%). O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 29 060 toneladas, o que representou um acréscimo de 1,0% (+8,9% em março), com maior volume de abate de galináceos (+0,2%), perus (+1,0%) e patos (+33,8%).
Produção de aves e ovos
O volume de frango cresceu 2,5%, com uma produção de 23 632 toneladas (+13,1% em março), tendo em número de cabeças registado um acréscimo de 3,0% (+11,1% em março). A produção de ovos de galinha para consumo diminuiu 8,2% (-3,9% em março), com 9 885 toneladas produzidas.
Produção de leite e produtos lácteos
A recolha de leite de vaca foi 170,1 mil toneladas, registando um acréscimo de 2,6% (+0,1% em março), tendo o volume total de produtos lácteos representado praticamente uma manutenção (-0,1%) face ao homólogo (+1,8% em março).
Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal aumentou 5,1% (+26,2% em março), justificado pela maior captura de peixes marinhos. Às 6 741 toneladas de pescado correspondeu uma receita que totalizou 25 792 mil euros, valor que representou um acréscimo de 1,9% (+13,7% em março).
O preço médio do pescado descarregado foi 3,68 Euros/kg, ou seja, uma diminuição de 2,4% (-11,4% em março).
Preços e índices de preços agrícolas
Em maio de 2023, as variações mais significativas no índice de preços de produtos agrícolas no produtor foram observadas no azeite a granel (+66,5%), batata (+55,2%), hortícolas frescos (+29,8%), ovos (+27,6%), suínos (+26,4%) e frutos (+23,6%).
Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se na batata (-15,9%), nas plantas e flores (-6,5%), no azeite a granel (-6,3%) e nos hortícolas frescos (-5,9%).
Em março de 2023, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) registaram ambos uma variação positiva de 1,5% e 8,9%, respetivamente. Relativamente ao mês anterior, verificou-se um decréscimo de 0,3% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente enquanto que, no índice de preços de bens e serviços de investimento, não se observou qualquer variação.