A Associativa de Caça de Soutelo, em Bragança, já recebeu despacho do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) para poder reabrir, revelou hoje à Lusa o presidente da associativa.
Valdemar Rodrigues adiantou que foi dado despacho, a partir de Lisboa, para que a associativa pudesse reabrir, logo no dia seguinte à reportagem da Lusa, que dava conta da falta de resposta do ICNF para a reabertura da associativa e dos prejuízos causadas pelos javalis nas culturas agrícolas.
Embora já tenha sido dado a autorização, o responsável considera que não vai ser possível iniciar atividade ainda este ano, porque terão de ser feitas placas referentes à zona de caça, com o número de processo, e depois é Natal. No entanto, reunirá com os sócios em breve para tomarem uma decisão.
Na quarta-feira, o presidente da Associativa de Caça de Soutelo queixou-se, à Lusa, que esperava há dois anos por uma resposta do ICNF, que pediu documentação para poder renovar a atividade da associativa e que apesar das várias tentativas, não tinha qualquer esclarecimento, revelando que chegou a enviar uma carta ao diretor nacional do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.
Esta situação estava a dificultar o controlo de javalis, que nos últimos meses causaram vários prejuízos aos agricultores, provocando estragos nas culturas agrícolas, nomeadamente nos soutos.
“Houve prejuízos essencialmente na castanha, nalgumas sementeiras, pessoal que têm rebanhos, e no milho é onde há os maiores prejuízos”, disse Valdemar Rodrigues, salientando que, se a associativa estivesse aberta, os prejuízos não eram tantos, porque faziam “uma correção de densidade muito contínua, especialmente nos locais onde começa a haver prejuízos, através do processo de espera”.
Questionado pela Lusa sobre a falta de resposta, o ICNF esclareceu que “o requerimento para a nova concessão da Zona de Caça Associativa de Soutelo da Gamoeda encontra-se em fase final de instrução, tendo em vista a publicação do despacho de concessão da mesma”.
No entanto, alguns dias depois da reportagem, o ICNF remeteu novo esclarecimento, à Lusa, referindo que a associativa “não cumpriu o prazo para pedir previamente a renovação da concessão da Zona de Caça, o que deveria ter ocorrido antes do seu termo, tendo esta caducado em 29/09/2024” e o “pedido de renovação apenas deu entrada no ICNF em fevereiro de 2025”.
Confrontado com estas datas, Valdemar Rodrigues desmentiu o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, dizendo que a associativa já não caça desde 2023.
O ICNF referiu ainda que “todos os pedidos de correção de densidade de javalis solicitados na área da Zona de Caça Associativa foram autorizados por este Instituto”, desde setembro de 2024, salientando que através deste método podia ser feito o controlo do efetivo.














































