No passado dia 28 de maio, em sessão realizada na sede da Associação de Beneficiários do Plano de Rega do Sotavento do Algarve (ABPRSA), em Tavira, procedeu-se à celebração dos contratos de concessão para a conservação e exploração das obras de 4 aproveitamentos hidroagrícolas, localizados no interior do sotavento algarvio. Concluiu-se desta forma um processo inovador a nível nacional, que nasceu da iniciativa dos serviços da ex-Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, atual Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve I.P. | Agricultura e Pescas, em estreita articulação e colaboração com as cooperativas gestoras, autarquias, ABPRSA, Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e Ministério da Agricultura e Pescas, na prossecução de uma estratégia tendente a garantir uma melhor resposta às exigências de manutenção, beneficiação e segurança destas infraestruturas de armazenamento e distribuição de água, em simultâneo com a conciliação entre desenvolvimento social, económico e ambiental em zonas desfavorecidas do interior, vertentes essenciais do interesse público plasmado nas atribuições e competências de todas as entidades acima referidas.
Os aproveitamentos hidroagrícolas de Pão Duro, com 23,5 hectares, e de Vaqueiros, com 35 hectares, localizados na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, o aproveitamento de Almada de Ouro, com 31,6 hectares, localizado nas freguesias de Azinhal e de Odeleite, concelho de Castro Marim, e o de Caroucha, com 50 hectares, na freguesia e concelho de Castro Marim, representam uma área beneficiada de 140,1 hectares e uma capacidade de armazenamento de 1,1 de metros cúbicos. As obras incluem barragens de aterro e redes de rega.
A água é essencial à vida humana, à produção alimentar, à preservação dos ecossistemas, sendo a sua disponibilidade, e uso eficiente, essenciais para o território e para as pessoas, particularmente em regiões tão vulneráveis às alterações climáticas como o Algarve, em que eventos cada vez mais intensos e prolongados de seca meteorológica a todos convocam para a implementação de medidas de mitigação e adaptação.
A agricultura algarvia tem vindo a melhorar de forma notável o seu desempenho ao nível da utilização do fator de produção “água”, fruto, entre outros, de um forte investimento em equipamentos e tecnologia, nomeadamente associadas ao uso eficiente da água para rega. É prática corrente nas explorações agrícolas algarvias, o apetrechamento com equipamentos de rega localizada e sensorização, comportamento corroborado pelos dados do Instituto
Nacional de Estatística (INE), segundo os quais o esforço regional de investimento em tecnologia (nomeadamente na rega de precisão) evidenciou uma variação de +3,5%/ano ao nível do montante por hectare de superfície agrícola cultivada; Já em 2019, de acordo com o INE, 93% da superfície regada de culturas permanentes no Algarve utilizava o método de rega localizada, de longe o mais eficiente na aplicação da água à planta.
Fonte: CCDR Algarve