A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) emitiu esta segunda-feira (24 de junho) um comunicado em que diz que os seus associados receberam “com grande perplexidade” a notícia de que o Governo pretende acabar com as ajudas à instalação do olival, assim como à agroindústria associada, no perímetro de rega de Alqueva.
Estas declarações surgem depois do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, ter anunciado a suspensão dos apoios ao investimento em olival na região de Alqueva e que irá delimitar as manchas contínuas para proteção da biodiversidade.
“Determinei, no atual quadro comunitário de apoio, que não haverá no perímetro de Alqueva mais apoios ao investimento para a instalação de olivais e de agroindústrias associadas ao olival, porque temos capacidade de laboração suficiente”, defendeu Capoulas Santos durante um debate marcado pelo Partido Ecologista ‘Os Verdes’ (PEV), com o tema “travar as culturas intensivas e superintensivas”.
Numa nota enviada às redações, a FAABA diz estranhar a decisão e afirma que “um ministro que historicamente sempre apoiou o setor, quer pública, quer particularmente, que sempre discordou das vozes alarmistas, mal informadas e desconhecedoras da cultura, que têm dito e proclamado os maiores disparates sobre a olivicultura, vem agora, de repente, anunciar que não haverá mais ajudas, neste quadro comunitário, para apoiar a fileira olivícola! Se não acreditasse na importância e na continuidade do setor, não teria consentido na abertura de mais um concurso para a olivicultura, que terminou há bem poucos dias (7 de junho de 2019). É pois, no mínimo, estranha esta decisão.”
A FAABA diz, ainda, que “não podemos concordar com esta decisão do Sr. ministro da Agricultura por a considerarmos contraditória, desadequada e irrealista, que, além do mais, pode ter consequências graves, quer no futuro aumento do regadio do Alqueva, por promover culturas mais consumidoras de água (lembramos que a agricultura só tem uma quota anual aproximada de 600.000.000 m3 de água), quer na adaptação ao regadio da pequena propriedade, em que a cultura do olival se posiciona como a principal opção”.
“Consideramos, pois, que houve precipitação nesta decisão do Sr. ministro, pelo que não poderá contar com o apoio dos agricultores que aqui representamos, para implementar este tipo de medidas, nem poderemos admitir que haja discriminação negativa deste importante sector”, conclui a organização.